Cânticos

Cânticos
I
Falso grito este que te consome, vago
Suspiros de vozes mortas vagam
Na inquietude do passo de dança
Que dança na lenta melodia do suicídio.

Não faltaram gritos extasiados nem vozes suspensas
Para cantar este medo frágil que te consome
Este medo sem nome, apenas medo
Febril medo das guerrilhas dos farrapos.

Não ocorreu revolução, pouco menos, bem menos
Antes mundo era grande e teu suspiro era pequeno
Hoje é pequeno e vago o teu profundo suspiro.
Sei que não comeste do pão da Padaria espiritual, apenas.

O Pão que o diabo amassou a luz do meio dia
Sobre o trópico de Capricórnio
Ao som das índias Ocidentais e Orientais
Com ares de cachimbo da paz.

II

Cadê a paz dos teus suspiros
Os sons cálidos, as vozes vivazes
Pasto, mato, revolução, revolução
Em plena brasiliana.

III

Mas requebra o teu samba, José
E liberta a Rosa do povo
Sobre O discurso do método
Em plena Arte de escrever.

Não será este teu grito de revolução
Visto que tua voz jaz sobre a lapinha
Sei que há uma luz no fim do túnel
Aberta pelos Capitães de areia.

IV

Esta praça não é mais a mesma
Como não é mais a mesma utopia
Como a mesma mulata
Sobre a profundidade dos chapadões.

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Thursday, September 2, 2010 - 06:38

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Re: Cânticos

Não faltaram gritos extasiados nem vozes suspensas
Para cantar este medo frágil que te consome
Este medo sem nome, apenas medo
Febril medo das guerrilhas dos farrapos.

Todo o poema está fantástico!!!

:-)

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