E se…?

E se não vês em mim o brilho da tua felicidade? E se te arrependes e congelas o pouco já derretido? Confundes-me. Sopras dois ventos diferentes. Estou em cima de uma corda, sem saber para que lado cair, sem saber qual vento me leve. Não descubro o teu desejo.

E se eu te perco? E se eu perco o pouco que penso ter conquistado em ti? Não sei. Não sei o que seria de mim. Não sei de mim. Tenho medo. Medo de ver a tua vida passear por estas ruas, gastas e tristes, com outra vida que não sou eu. Medo que os braços que te abraçam nunca venham a ser os meus.

E se a corrente, que me acorrenta a esta dor incessante, se quebrar? E se tu, finalmente, afastares de mim a solidão que a toda a hora me aperta? E se o meu toque beijar o teu rosto e os meus lábios abraçarem os teus? Tal seria o sonho realizado. Finalmente veria o brilho do sol. Sentiria o calor da felicidade. Sentiria a leveza do ar. Sentiria o prazer do viver.

“E se…” é uma dúvida. Só tu podes esclarecer. O meu coração bate nas tuas mãos. A minha felicidade está nos teus dedos, é traçada pela tua vontade.