Poema da destruição

Que caiam trovões sobre mim,
que desabem os céus, o luz já nem a desejo.
Que caiam avalanches, tempestades, nem pestanejo.
Que irrompa tudo numa derrocada sem fim.
Que caiam pedras,
roliças, bicudas, afiadas, bojudas, gigantes,
que expludam os caminhos onde pise,
Que seja assim, nem que seja por breves instantes.
Que todos os ventos, todos os furacões do mundo,
me procurem e me destruam.
Que se ergam os mares revoltos e me consumam.
Sou grão de areia, sou átomo mal formado,
sou a poeira seca de um campo incendiado.
Vem, ó luz bendita do Sol,
faz-me tornar em cinza crispada e informe,
estou farto de ser esta criatura lazarenta e mole.
Prefiro ser a pedra inerte que não dorme.
 

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Tuesday, February 22, 2011 - 17:37

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