Fogo que arde em nós

Visto e insisto em despir,
Serve mas atrapalha o que quero sentir,
Por isso rasgo e jogo fora,
Quero-te agora,
Neste quarto, cozinha, sala de estar,
Apaga, acende a luz, deixa estar,
Vamos comemorar enquanto é dia,
Noite, madrugada, tarde de folia,
Vamos aproveitar,
Beijo-te, agarro-te e saboreio-te devagar,
Digo-te ao ouvido e tu tremes ao escutar,
Voltas e voltas e voltamos a rodar,
No chão, na parede, na mesa, no ar,
Rimos, gritamos, gememos e podemos continuar,
Mais tarde ou mais cedo,
Tu perdes o medo,
E deixas-te levar,
Mais depressa mais devagar,
Deixa o desejo falar e crescer,
Que nasça o prazer,
O que tem de ser tem de ser,
E nós nada podemos fazer para o parar,
Sigo-te o corpo de Porto a Sagres,
Que onde eu toco faço milagres,
E tu negas-te a negar,
Porque sentes o que eu sinto,
O teu beijo é distinto,
E eu estou faminto para te amar!