O estranho incêndio!


.O estranho incêndio!

Chovendo, bastante mesmo, as gotas grossas de chuva batiam contra as janelas do quarto, Elisa sentia-a inquieta, algo estava incomodando-a, tirando o seu sono e até a sua verdadeira identidade de juízo mental. Eram onze horas da noite, o frio se fazia sentir, a janela abriu-se para que não ficasse fumaça dentro do quarto a noite toda.
Inconsciente e nervosa ela acende um cigarro e se perde pelos fios dos tempos a pensar no que dentro dela estava a mudar. Porque nada era plausível em seus sentimentos, nada preenchia seus sentimentos novos, suas idéias e aquele mundinho que era quase um castelo de sonhos enclausurados.
O fumo expandiu-se pelo ar frio, esvoaçando-se com o vento, pensamentos mergulhados nas sombras da noite, elas, conseguiam ter voz ativa naquele momento, ali.
Pegou num livro e apenas mergulhou seus olhos pelas letras que ele continha, mas nada a fazia descer aquele verdadeiro momento, o que seu coração estava a sentir. Eram montanhas de sentimentos novos, montanhas de novas idéias e buscas, aquela regressão ao passado apenas despertou o que não conseguia entender o seu passado e sua história.
Por momentos ela recordou aquele momento no centro comercial com as suas amigas e com algum desdém que não iria fazer uma regressão coisas de loucos.
Por momentos ela sentiu aquele calor, aquela vida intensa ali, escutou as gargalhadas e alegria que transpirava ali, gotinhas de amor gratuito.
Cansada, já quase sonolenta ela se entrega ao cansaço, tudo era tão novo, tudo era diferente do que ela quando acordou naquela manha sentia tudo mágico e novo.
A noite foi estranha, ela sonhou com alguém, viu os seus olhos, escutou a sua voz, foi ate um lugar que já conhecia um lugar quente, confortável e sentiu aquele abraço, terno e forte. Alguém interrompe seu sonho, batem a porta com força, ela estremece e fica entre aquele momento único, mágico e o bater na porta e a voz aflita e cansada.
Ela levanta e abre sua porta, vê tudo cheio de fumo, por momentos julga estar no meio do sonho ou seria pesadelo, a tosse começa afetar seus pensamentos, o fumo esta mais forte, por momentos ela vê as chamas a sair do sofá da sala, olha petrificada e vê tantas sombras por ali, por momentos ela fixa o olhar numa delas e vê uma criança com rosto de demônio, rindo-se e espalhando as chamas.
Quis ir até a porta da entrada da casa sem poder, suas pernas afrouxaram, sua voz sumiu na tosse repetida e forte, seus pulmões estavam já cheios de fumo, desfaleceu por momentos, algo estava dando estalos na sua cara, algo a empurrava para a porta de entrada, sentiu a ser pego ao colo, aquele colo, ela já o sentiu, aquela sensação de conforto, amor e carinho ela já tinha vivido. Deixou-se ir pelo cansaço, desmaiou ambulância já estava na rua esperando pelos feridos salvos no incêndio, ela sentiu uma máscara de oxigênio em seu rosto, por momentos ela se lembrou, ele estava lá dentro da casa foi ele que a pegou ao colo e a levou para fora da porta.
Agitada ela tenta gritar, ele estava dentro da casa, o medico a tranqüiliza, dizendo que esta tudo bem, que se acalme que engoliu muito fumo, eles ainda estavam na casa, salvariam quem estivesse lá.
Entre os gritos da sirene ela recorda aquele momento, aquele homem que a pegou nos braços e a sossegou, beijando-a meigamente, ela se lembra de sua voz dizendo calmamente, eu vou voltar meu amor aguarda-me que eu vou voltar, e logo ele voltou para dentro de casa, estremece só de pensar.
Escuta vozes e barulho nos corredores, entra uma enfermeira simpática no quarto, sorrindo e com o rosto alegre por ver que ela estava recuperada e bem.
De voz meiga ela diz:
- Minha querida que susto grande nós pensamos que ia morrer, tivemos que a ressuscitar de novo, pois apagou-se, graças a Deus que está aqui de novo.
Confusa ela pergunta a enfermeira:
- Ele se salvou, conseguiram o tirar de dentro da casa?
Confusa a enfermeira responde:
- Ele quem? Não tinha ninguém naquela casa, deve ter sido o fumo que a confundiu..
Incomodada ela sai do quarto e logo Elisa escuta um bater na porta:
- Posso entrar?
Ela confusa diz:
- Entre, por favor.
Entra um bombeiro, sorrindo e com uma voz forte, ele diz:
-Já está bem graças a Deus que a salvamos a tempo. Ele estica sua mão e aperta a mão dela e ali naquele momento ela soube era ele...
Ela entendeu tudo naquele momento ele tinha voltado e sorriu feliz e deixou-se adormecer...

Submited by

Monday, May 30, 2011 - 23:39

Prosas :

No votes yet

betimartins

betimartins's picture
Offline
Title: Membro
Last seen: 11 years 43 weeks ago
Joined: 09/08/2010
Posts:
Points: 439

Add comment

Login to post comments

other contents of betimartins

Topic Title Replies Views Last Postsort icon Language
Prosas/Letters Carta a um anjo 1 1.213 03/24/2011 - 20:58 Portuguese
Poesia/Meditation A Minha Poesia 1 602 03/22/2011 - 02:23 Portuguese
Poesia/Love Se tu, soubesses! 1 766 03/22/2011 - 01:12 Portuguese
Poesia/Disillusion Poeta, apenas! 2 719 03/19/2011 - 17:07 Portuguese
Prosas/Contos A Marta e o seu papagaio 0 1.285 03/18/2011 - 14:22 Portuguese
Prosas/Contos Procuro meu coelhinho da Páscoa 0 1.021 03/18/2011 - 14:20 Portuguese
Poesia/Love Soltei-me para ti... 0 657 03/18/2011 - 14:16 Portuguese
Poesia/Love A Roseira do Amor 0 609 03/18/2011 - 14:15 Portuguese
Poesia/Intervention Paz! 1 648 03/17/2011 - 22:01 Portuguese
Poesia/Intervention Paz! 1 579 03/17/2011 - 21:59 Portuguese
Prosas/Contos A Pequena princesa do reino do mar - Conto Infantil 1 775 03/09/2011 - 20:57 Portuguese
Poesia/Love Meus prantos! 1 588 03/07/2011 - 00:10 Portuguese
Poesia/Love Meu céu! 1 494 03/07/2011 - 00:07 Portuguese
Poesia/Meditation Na tua catedral, eu chorei! 1 626 03/05/2011 - 14:47 Portuguese
Prosas/Contos A bela Clara perdida na noite. 0 1.101 03/04/2011 - 12:39 Portuguese
Prosas/Contos A Bruxa de Trás dos Montes 0 877 03/04/2011 - 11:21 Portuguese
Poesia/Sadness Alma do nobre poeta… 1 633 03/02/2011 - 18:06 Portuguese
Prosas/Contos O Pintor e sua tela desbotada 0 930 03/02/2011 - 13:02 Portuguese
Poesia/Love Eu canto ao amor… 1 819 03/02/2011 - 02:07 Portuguese
Poesia/Sonnet ENQUANTO HOUVER ROSAS... 1 591 03/02/2011 - 01:51 Portuguese
Poesia/Love ALGO EM TI… 2 592 02/28/2011 - 20:21 Portuguese
Poesia/Love Dueto de amor 2 572 02/28/2011 - 20:17 Portuguese
Poesia/Sadness Diário de uma vida triste. 0 639 02/28/2011 - 17:41 Portuguese
Poesia/Disillusion Olhar que vagueia na solidão da criança 0 579 02/28/2011 - 17:29 Portuguese
Poesia/Joy Deste meu jardim... 0 696 02/28/2011 - 15:40 Portuguese