Mar de Lágrimas

Nesta profundeza gigante,
Algo chamado imensidade,
Criado por Lágrimas salgadas
Despejadas em rios de lamentações.
São rumorejos ao acaso nestas vidas
Palavras e sentires evocados em eco,
Sentimentos colhidos pelas fadas
Que as lavam nas águas puras
Evocando a pureza das nascentes.
Água purificadora do bem e do mal.

Cantando dizeres que enfeitiçam
A mente dormente em sono profundo.
É a verdade iludida numa quimera.

Continuam a navegar as lamentações,
Agora um pouco mais salgadas.
Mergulhadas em mar revolto,
Uma lágrima, uma palavra
Tantos lamentos…
Alimento das profundezas
Algo chamado de imensidade,
Altar dos Deuses dos sete mares,
Juízes das nossas lamentações.

Senhores das palavras devolvidas
Palavras agora lavadas, consagradas
Proclamadas pelas fiéis gaivotas.
Anjos não do céu, mas do mar
Destinadas a devolver o veredicto.
Trarão mágoa, felicidade
ou simplesmente a Verdade?
Mistério que cada um de nós
guardará no seu coração puro,
após abraçar as ondas
e mergulhar…
nas suas próprias…
lamentações.