O sinal do Sintoma
Esse tecido debaixo da crosta,
Ainda é ferida purulenta,
Nauseabunda, tresanda a bosta,
É dor que cura, leve e lenta.
Para que a traça não se instale na tristeza do pulmão velho, gasto e mofo:
…Cheiro a naftalina,
Ouço sons em surdina,
Cá dentro toca a buzina,
São novas, que vende o ardina.
Senti o bater do coração…
Aclara-se a minha visão,
E os pulmões refrescam-se de novo sangue.
(Estarei a despertar?)
Ricardo Rodeia
Reeditado de As Pedras e os Buracos... - Colecção WAF VI, jAN.2010
Submited by
Tuesday, October 4, 2011 - 18:28
Poesia :
- Login to post comments
- 1678 reads
Add comment
Login to post comments
other contents of RICARDORODEIA
Topic | Title | Replies | Views |
Last Post![]() |
Language | |
---|---|---|---|---|---|---|
Poesia/General | Terra elementar - in apontamentos de vida VII | 4 | 1.339 | 01/05/2012 - 15:33 | Portuguese | |
Prosas/Contos | Silhueta flutuante – visões de águia | 2 | 1.757 | 01/02/2012 - 19:21 | Portuguese | |
Poesia/Passion | Nostálgica dança solitária… a negação da partilha. | 2 | 1.824 | 12/29/2011 - 16:26 | Portuguese | |
Poesia/General | Rugas do tempo - in apontamentos de vida V | 5 | 1.808 | 12/29/2011 - 16:23 | Portuguese | |
![]() |
Videos/Art | Magia: Ipod - Decepção - amores, mentiras e vida... | 0 | 3.114 | 12/27/2011 - 16:06 | Portuguese |
Poesia/General | Fogo elementar - in apontamentos de vida VI | 0 | 1.643 | 12/27/2011 - 12:03 | Portuguese | |
![]() |
Fotos/Nature | cisne negro | 2 | 1.948 | 12/27/2011 - 00:15 | Portuguese |
Poesia/General | Iha no Mar – uma terra chamada mar… - in apontamentos de vida III | 0 | 1.368 | 12/24/2011 - 15:50 | Portuguese | |
Poesia/General | Ondas de rebentamento… - in apontamentos de vida II | 0 | 2.606 | 12/24/2011 - 01:57 | Portuguese | |
Poesia/Intervention | Feliz Natal ou... ou... ou... | 0 | 1.573 | 12/23/2011 - 16:39 | Portuguese | |
|
Fotos/Nature | Mimetismo II | 7 | 7.842 | 12/21/2011 - 13:40 | Portuguese |
Poesia/General | A Montanha de fogo - in apontamentos de vida I | 0 | 1.332 | 12/21/2011 - 13:31 | Portuguese | |
Poesia/Meditation | Que a impureza se sublime quando conhecer a sua irmã pureza... | 0 | 1.445 | 12/21/2011 - 12:43 | Portuguese | |
Poesia/Thoughts | Homem Hedonista | 4 | 1.789 | 12/15/2011 - 00:08 | Portuguese | |
![]() |
Fotos/People & Places | redundância suprema: espírito do ESPirito | 0 | 2.378 | 12/12/2011 - 17:52 | Portuguese |
![]() |
Fotos/People & Places | espírito da MANIF... | 0 | 2.379 | 12/11/2011 - 16:37 | Portuguese |
Poesia/Dedicated | reflExão SObre a (de)TErminada memóRIa de um riCO poema quase perfeito | 7 | 1.781 | 12/09/2011 - 16:38 | Portuguese | |
![]() |
Fotos/Landscape | silenciosa bruma da manhã | 0 | 1.734 | 12/07/2011 - 23:33 | Portuguese |
![]() |
Fotos/Macro | cópula artropode: o amor de costas voltadas... | 2 | 4.800 | 12/07/2011 - 01:10 | Portuguese |
![]() |
Fotos/Others | coração pleno de mar inundado | 5 | 3.178 | 12/06/2011 - 01:38 | Portuguese |
![]() |
Fotos/Landscape | POENTE IX - ULTIMA ÀRVORE RESISTENTE | 8 | 2.716 | 12/01/2011 - 14:32 | Portuguese |
![]() |
Fotos/Landscape | POENTE X - uma terra chamada mar | 6 | 1.870 | 11/27/2011 - 22:30 | Portuguese |
Poesia/Text Files | sede de cura | 1 | 1.713 | 11/18/2011 - 15:00 | Portuguese | |
Poesia/General | Poesia da Negra Terra | 7 | 1.454 | 11/18/2011 - 14:46 | Portuguese | |
Poesia/Aphorism | resposta transformada em esvoaçante poema interior | 2 | 1.842 | 11/16/2011 - 17:20 | Portuguese |
Comments
Gostei muito... Bjs na
Gostei muito...
Bjs na alma...
... E os pulmãos insuflam
... E os pulmãos insuflam novo ar e novo sangue.
Contente por gostares.
Bjs.
Sempre que vivemos em função
Sempre que vivemos em função delas... sim.
Mas se vivemos no passado... na saudade... então o presente passa por nós e não disfrutamos o que podemos ainda fazer acontecer!
Há sempre alguém pior que nós.
Há sempre alguém melhor que nós.
Estarmos satisfeitos e "controlarmos" a tendência humana para a insaciabilidade, é desafio que eu próprio gostava de conhecer a receita.
Sobre ninguém sofrer por nós, entendo o equívico da interpretação - não fui muito assetivo, de facto.
O que eu quero dizer é que ninguém sofre como nós e,
o que nós "temos" que sofrer quando temos que sofrer. Resumindo: Ninguém sofre na nossa vez (em vez de nós...)
Obvio que o o sofrimento pode ser partilhado. O luto comungado.
Porém, quando se torna estado permanente e nós vivemos constantemente a fazer esses apelos a quem nos está proximo, pode tornar-se um estado doentiu e perturbador para o "sofredor" e os "colaterais"... um contágio patológico do espirito, alma, energia e sem nada de bom para oferecer!
Beijos.