Volátil - Parte III de III
Parte III - Mutação
É Outono nos dias que passam queimando com geada os meus versos,
promessas de querer-me forte para enfrentar as correntes marítimas
com que amarras a minha alma a um barco afundado à seculos.
Puxo a âncora enferrujada das horas nostálgicas aninhadas num sopro
e tento que a penumbra da minha face se desfaça num espelho de água.
Como a noite é imensa como o número dos teus cabelos acariciados no sono,
o meu coração é um coral de derivações imutáveis ao esquecimento.
Por isso, onde estou, quando a lâmina me trespassa, não é por mero acaso
que o teu espírito me assombra qual lápis de carvão vermelho-sangue volátil,
com que a poesia me flui em busca de um núcleo de luz que trave o abismo.
rainbowsy
Nota: Parte I - http://worldartfriends.com/pt/club/poesia/vol%C3%A1til-parte-i-de-iii
Parte II - http://worldartfriends.com/pt/club/poesia/vol%C3%A1til-parte-ii-de-iii
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Comments
Há um depois ou talvez
Há um depois ou talvez apenas o desejo de que venha a existir!
Um conjunto de palavras que, semanticamente, remetem para um peso de alma (Outono, noite, horas nostálgicas, vermelho-sangue...),
mas também a referência a uma luz que trave esse sentir em abismo!
Belíssimo remate dos três poemas!
Muito bom mergulhar na tua essência poética!
Bjo
Gostei muito de ler, os três
Gostei muito de ler, os três poemas numa continuidade e realmente a tua poesia tem uma beleza de um mar profundo, com fortes e belas imagens poéticas:"que o teu espirito me assombra qual lápis de carvão vermelho-sangue volátil,/ com que a poesia me flui em busca de um núcleo de luz que me trave o abismo."
Adorei ler-te!!