Despair

Piedade!
Piedade!
Por favor tenha pena de mim!
Vou juntar meus cacos
Meus restos
Retalhos de cetim...
Encarar a luz do sol
O brilho do dia.
Colocar o ponto no fim.
Já não consigo chorar.
Não existem motivos.
Todo dia é uma farsa,
Uma nobre encenação...
Infelizmente a angústia
Aperta meu peito.
Meu corpo fragilizou-se,
Lentamente desmorona.
Envergonha-me
Tamanha fraqueza...
Piedade!
Piedade então,
Venha me dê a sua mão.
Tenha pena de mim!
Desilusão tem gosto amargo
Não tem fome,
Não tem riso,
Não há nada mais preciso
Que o anseio por teu sim.
Sim, eu voltei!
Sim, eu estou aqui!
Sim, a realidade machuca,
Tanto...
Estou doente
Não existe cura para esse encanto
Vou definhar em mim.
Do fundo do poço uma alma grita....
Negro, profundo
Confuso, buraco.
A solitária goteira
Parece não ter fim
Cadência, lágrimas
Oceano em mim.
Do fundo do poço
Uma alma grita
Paredes, pedras
Unhas, suor.
O redondo entonta
O medonho afronta
Com a sorte se conta
Do fundo do poço
Só se sai se chorar
Ate encher
Ate transbordar
De nada adianta gritar.