Apurando a sensibilidade

Mergulho os dedos na areia fina
Apurando o tacto da minha pele,
Os seus grãos em carícia libertina,
Tocam-me doces, como se fossem o mel.

Minúsculos, dourados e quentes os grãos
Percorrem suavemente as minhas mãos
Quando as elevo e ponho a dançar,
Brincando com a areia seca, no ar.

E passa por mim o tempo sem eu o ver
Enquanto aprumo sensibilidade
Ansiando pelo momento de te ter.

Quando esse instante vier até mim
Sentirás minhas mãos bailando no corpo
Como pétalas caindo em ti, sem fim.