Desalento

Encontro-me triste, abandonado e só.
Assim como um cão sem dono que o procura.
Mais desalentado que o vento que levanta o pó,
Esse manto que me cobre a alma de amargura.

Pobre espinho curto que a ninguém pica,
Minh’alma desventurada e escura,
(coitada) Não se levanta, nem cai ou fica.
É feita de coisa inerte que nem perdura.

Vou mais além, na busca de quem me queira,
aqui estou triste, só e abandonado.
Vidrinho furado por onde tudo se esgueira,
sem vontade de estar em nenhum lado.

De olhos fechados, já não sinto sequer o vento,
mais me faltam forças para os manter abertos,
neste ponto onde estou, sinto só desalento,
e um sem fim de outros males incertos.

Quem me virá buscar a este cume de solidão?
Sei-te aí por perto, mas nem te chamar eu m’atrevo.
Maior será a dor de um talvez, que a morte rápida do não.
Não te incomodes sequer em ler isto qu’escrevo.

 

Casimiro Teixeira

Submited by

Friday, January 6, 2012 - 15:20

Ministério da Poesia :

No votes yet

neomiro

neomiro's picture
Offline
Title: Membro
Last seen: 13 years 3 weeks ago
Joined: 02/13/2011
Posts:
Points: 550

Add comment

Login to post comments

other contents of neomiro

Topic Title Replies Views Last Postsort icon Language
Poesia/Love o meu amor é uma Camélia 0 1.001 02/22/2011 - 17:34 Portuguese
Poesia/Love O Beijo 0 982 02/22/2011 - 17:31 Portuguese
Poesia/Thoughts O que é um sonho? 0 1.058 02/22/2011 - 17:30 Portuguese
Poesia/Meditation A minha presença 0 1.186 02/22/2011 - 17:29 Portuguese
Poesia/Disillusion A Tristeza 0 960 02/22/2011 - 17:27 Portuguese