Desalento
Encontro-me triste, abandonado e só.
Assim como um cão sem dono que o procura.
Mais desalentado que o vento que levanta o pó,
Esse manto que me cobre a alma de amargura.
Pobre espinho curto que a ninguém pica,
Minh’alma desventurada e escura,
(coitada) Não se levanta, nem cai ou fica.
É feita de coisa inerte que nem perdura.
Vou mais além, na busca de quem me queira,
aqui estou triste, só e abandonado.
Vidrinho furado por onde tudo se esgueira,
sem vontade de estar em nenhum lado.
De olhos fechados, já não sinto sequer o vento,
mais me faltam forças para os manter abertos,
neste ponto onde estou, sinto só desalento,
e um sem fim de outros males incertos.
Quem me virá buscar a este cume de solidão?
Sei-te aí por perto, mas nem te chamar eu m’atrevo.
Maior será a dor de um talvez, que a morte rápida do não.
Não te incomodes sequer em ler isto qu’escrevo.
Casimiro Teixeira
Submited by
Ministério da Poesia :
- Login to post comments
- 2209 reads
other contents of neomiro
Topic | Title | Replies | Views |
Last Post![]() |
Language | |
---|---|---|---|---|---|---|
Poesia/Love | o meu amor é uma Camélia | 0 | 1.001 | 02/22/2011 - 17:34 | Portuguese | |
Poesia/Love | O Beijo | 0 | 982 | 02/22/2011 - 17:31 | Portuguese | |
Poesia/Thoughts | O que é um sonho? | 0 | 1.058 | 02/22/2011 - 17:30 | Portuguese | |
Poesia/Meditation | A minha presença | 0 | 1.186 | 02/22/2011 - 17:29 | Portuguese | |
Poesia/Disillusion | A Tristeza | 0 | 960 | 02/22/2011 - 17:27 | Portuguese |
Add comment