Rodapés de Basiléia

Permita-se a experimentar o olor que adormece narinas vivas,
Tão opiáceo no interstício da perda,
Zero no desejo salgado de consumir música.
Cobra o que não se tem,
Não assopra

Olhei-vos quando vós dormistes e sangrastes na madrugada,
Esparramei meu calor quando vos apanhei nas correntes de frios
Longe de agasalhos e puramente vizinhos.

Senhor das madrugadas enferrujadas,
Espelho que não responde rosto nem semblantes.
Será que amamos nossas fugas para trair o que somos?

Foi-se o tempo que tudo mastigava algum mistério,
Tornamo-nos inermes, pacatos
Sem prato
Nem garfo

Tumultuaria o brando e derrubaria todas as aves que equilibram
Tristes céus como em oceanos de cabeça para baixo
Nas anêmonas dos vales esquecidos
Nos montes forjados
No universo inacabado.
Tumultuaria tudo, até tua beleza prenhe de tua eficácia!
Tudo se diz nada, quando não há o que temer.

Derrubaria à pedradas o branco não fosse a treva,
Ajoelharia em falésias glúteas,
Não fosse o distorcido rosto tímido,
Escravo da preguiça e medroso do risco.

Reinaria todos os palácios dos céus,
O poder mais que humano,
Não fosse o gosto de carne
A migalha
Comida em esquinas.

Submited by

Tuesday, May 22, 2012 - 20:22

Poesia :

No votes yet

Alcantra

Alcantra's picture
Offline
Title: Membro
Last seen: 9 years 18 weeks ago
Joined: 04/14/2009
Posts:
Points: 1563

Comments

KeilaPatricia's picture

Ficou muito bom... Abraço,

Ficou muito bom...

Abraço, ...)...(@

:)

Add comment

Login to post comments

other contents of Alcantra

Topic Title Replies Views Last Postsort icon Language
Prosas/Others Só, sem chance 3 551 03/28/2010 - 12:28 Portuguese
Poesia/Gothic O golpe e a ferida 3 665 03/17/2010 - 20:30 Portuguese
Poesia/Intervention A 3ª última Grande Guerra 4 624 03/12/2010 - 15:20 Portuguese
Poesia/General Desafio poético - inferno dos poetas 8 501 03/04/2010 - 12:47 Portuguese
Poesia/Love O campo dos olhos verdes 4 649 02/27/2010 - 17:46 Portuguese
Poesia/General Anjo Caído 3 859 02/19/2010 - 22:01 Portuguese
Poesia/General Congregação dos loucos 4 470 02/16/2010 - 02:04 Portuguese
Poesia/General O carnívoro e a carne 3 690 02/07/2010 - 20:00 Portuguese
Poesia/General Aquele que não é de lugar nenhum 2 901 01/31/2010 - 05:10 Portuguese
Poesia/General Tinta fresca 3 501 01/12/2010 - 04:15 Portuguese
Poesia/General Montículo 3 436 01/10/2010 - 21:36 Portuguese
Poesia/Intervention Azulejos verdes 7 583 01/08/2010 - 12:59 Portuguese
Poesia/General O rosto do Vidro 4 534 01/05/2010 - 20:21 Portuguese
Poesia/General Palavra nua e crua 5 779 12/31/2009 - 13:49 Portuguese
Poesia/General Suspiro dessepultado 3 457 12/15/2009 - 06:23 Portuguese
Prosas/Terror Aeronave de Tróia 1 1.296 12/14/2009 - 16:07 Portuguese
Poesia/Meditation Num bar 3 776 12/14/2009 - 02:35 Portuguese
Poesia/Love A cama e o sexo 3 537 12/10/2009 - 04:04 Portuguese
Poesia/Meditation Ziguezagueia destino ziguezagueante 3 368 12/09/2009 - 13:54 Portuguese
Poesia/General As sendas x Os golpes de martelo 5 374 12/08/2009 - 15:47 Portuguese
Prosas/Thoughts Arranhão do gozo 2 1.511 11/29/2009 - 05:42 Portuguese
Poesia/General Notícia (Ode a Foz do Iguaçu) 5 455 11/27/2009 - 04:39 Portuguese
Poesia/Intervention Sociedade Morta 4 472 11/20/2009 - 23:42 Portuguese
Poesia/Love Equilíbrio 8 578 11/17/2009 - 20:31 Portuguese
Poesia/Intervention Os moinhos do norte 4 413 11/17/2009 - 20:03 Portuguese