Versos Universais III

VERSOS UNIVERSAIS

–III–
Tal qual em Eva depositou a sua ova
A Serpente também nos pôs nesta cova
As nossas mães tais quais umas malditas
Serpentes! Engolida a mesma poeira
Pela cobra é a instância derradeira
Da vida que as mães juram ser bonita!

A vida que por todo um cemitério
Pulula do abiogênico mistério
É filha, da era de sofrer eterno
Em que esta aglomeração obsoleta
De entulhos denominada planeta
Não era um lar mas um verdadeiro inferno!

E a nossa imagem fazemos o mundo,
Mais e mais tornando-o inda mais imundo,
Girando em torno de si como se
No cosmos fosse uma preciosidade...
A vida! uma vil improbabilidade
Cósmica sem qualquer noção de si.

Das galáxias assista a valsa trágica,
Reconheça a (desg)raça antropofágica
Humana, contudo nunca confunda:
Contemple uma morte por algo maior!
Se ascender cremos pisando o menor
Mais nós nos atolamos nesta imunda

Lama, nestas ânsias repugnantes
De além de possuirmos mais que o bastante
Também possuirmos o desnecessário,
De promovermos o podre das ceias
Onde somos o patrício que anseia
Vomitar aos lábios frios do ordinário

Verme que das maneiras mais estranhas
Se manifesta às cósmicas entranhas
Num show de tornar qualquer um atônito;
Contudo o verso não resuma à humana
Ideologia numa greco-romana
Orgia parida tal indômito vômito!..

João Pessoa  -  Paraíba  -  Brasil
13 de agosto de 2012  -  22h 26min

Adolfo Justino de Lima

Submited by

Tuesday, August 14, 2012 - 13:06

Poesia :

No votes yet

Adolfo

Adolfo's picture
Offline
Title: Membro
Last seen: 1 year 23 weeks ago
Joined: 05/12/2011
Posts:
Points: 3582

Comments

desempenho.webnode.com's picture

E só em imaginar que o

E só em imaginar que o paraíso seria nosso destino!E que a morte não existiria!

Meus parabéns!

Grande abraço,Suêdy!

Adolfo's picture

De fato o Paraíso seria, seja

De fato o Paraíso seria, seja lá o que isto for, Contudo a morte sempre haverá: pois não há morte... Não seria justo para com todo o restante.

Um abraço e mais uma vez: obrigado por ter me lido (:

=*

Add comment

Login to post comments

other contents of Adolfo

Topic Title Replies Views Last Postsort icon Language
Poesia/Love Duetos II e III 0 1.549 09/16/2011 - 22:36 Portuguese
Poesia/Sonnet Palavras II 0 1.934 09/16/2011 - 22:26 Portuguese
Poesia/Love O Pescador parte III 0 1.708 09/16/2011 - 22:22 Portuguese
Poesia/Sonnet Entre dois beijos II 0 2.458 09/16/2011 - 22:04 Portuguese
Poesia/Love Uma flor 1 1.528 09/15/2011 - 10:24 Portuguese
Poesia/Sonnet Sorrisos similares, não iguais 1 2.239 09/11/2011 - 17:35 Portuguese
Poesia/Sonnet Tributo a Augusto dos Anjos VIII : Metropolis 2 1.752 09/11/2011 - 02:51 Portuguese
Poesia/Sonnet Tributo a Augusto dos Anjos X - Minha psicologia de vencido 1 1.888 09/10/2011 - 21:13 Portuguese
Poesia/Acrostic Priscila 1 2.103 09/09/2011 - 01:25 Portuguese
Poesia/Friendship (Des)culpa 0 2.328 09/03/2011 - 21:22 Portuguese
Poesia/Dedicated Poema tirado de uma mensagem de celular II 1 2.115 09/03/2011 - 16:45 Portuguese
Poesia/Sonnet Soneto à melhor de quem já tenho como mais que uma amiga 1 3.014 08/31/2011 - 00:28 Portuguese
Poesia/Sonnet Tributo a Augusto dos Anjos IX 0 1.769 08/26/2011 - 21:01 Portuguese
Poesia/Sadness VERSOS DE CHUVA 0 1.992 08/25/2011 - 01:55 Portuguese
Poesia/Dedicated Mordidas no escuro I 0 2.079 08/20/2011 - 19:32 Portuguese
Poesia/Sonnet Mordidas no escuro II 0 1.239 08/20/2011 - 19:30 Portuguese
Poesia/Dedicated Versos chocólatras III 0 2.389 08/20/2011 - 19:28 Portuguese
Poesia/Dedicated Eu odeio (não) sentir 3 2.550 08/04/2011 - 19:11 Portuguese
Poesia/Love Não por ser linda 1 1.692 08/03/2011 - 02:50 Portuguese
Videos/Music Slipknot - Everyhting Ends 0 2.769 07/29/2011 - 21:43 Portuguese
Poesia/General Infância Parte I 2 1.639 07/29/2011 - 20:45 Portuguese
Poesia/Sonnet Abstinência II 0 1.654 07/28/2011 - 20:21 Portuguese
Poesia/Friendship À mais linda (ou Maísa Alana) V 0 2.958 07/27/2011 - 20:56 Portuguese
Poesia/Dedicated Ingênuos 0 2.215 07/27/2011 - 20:50 Portuguese
Poesia/Love Versos fúnebres - Eternidade 0 33.780 07/27/2011 - 20:48 Portuguese