""seres nocturnos em versos brancos"
(Ensaio - A luz)
Ali, em qualquer recanto da bruma
Cega-me o fogo ofego
Com o apego que nunca conheci.
Tão doce e tão premente, tão faminto e silvestre
Que no seu arquejar ouve-se o meu ar entrecortado,
apertado com força maior segreda segredos
rodopiantes, adejantes, frágeis e indizíveis.
Vivo ali, na silhueta de dois amantes o nascer do mundo
Como se fosse a essência de mim mesma
Enraizada, atraída, seduzindo-me ante o abismo súbito
De ternura e trevas que o coração descobre
Aguardando o milagre:
(anjo caído dos céus no corpo abandonado de mulher.)
(canto I- O Príncipe)
Perdido por becos e vielas
Marca o tempo o acelerar
Desconcertante no pulsar
Sob a memória das janelas
Pela frincha do entardecer
Irrompe teu nome caiado
Etéreo murmúrio tatuado
Em cada avenida deste Ser
(canto II- A Dama)
Chama por mim...num sussurro calado e eloquente
Entranha em mim o teu grito
(desesperado)
Toca-me com o teu pensamento num ondular revolto
Deixa que me embebede no fogo ardente dos teus lábios
Vagueia em mim como vagabundo
Insaciável... ávido de mim... de Nós
Oferece-me poesia em cada sorriso
Desperta em mim os sonhos um tanto adormecidos
(Lamento final - O Caído)
Vivem os seres na ilusão do apego…amorífero viver!
Vivem o dolo, nas vertidas e escondidas luxúrias dos sonhos
(aqueles formados dos barros da criação)
Das verdades impuras idolatram a empsicose barata…quão grande querer
À sua imagem criados, tornaram-se a mais dura e crua abominação
(entre juras eternas e doces momentos…cai a máscara, cai o pano)
Estou aqui, bem junto de vós, amaldiçoados seres…como eu!
Neste mundo sedento …Oh! Acatarsia humana… (vivendo a mentira da alma sem cor)
Pecai, formulai o desejo escondido, bebei o sangue derramado!
(por vós vertido e consumido)
Tomai os dinheiros, vendei novamente o Cristo, a vida, o vosso amor!
(nos limbos da memória perecereis no fruto proibido e na eterna lutada dos Céus)
Poema a 4 vozes: Maria Treva Flor; Moreno; Bruma; Gothicum
Este poema é fruto da cumplicidade de 'wafers' que se descobriram na escrita e cimentaram uma amizade desinteressada...
Neste espaço...cresci com a escrita de pessoas que admiro e que neste pequeno poema me deram o prazer da sua participação... uma brincadeira entre amigos... aprazível e gostosa.
O meu sincero obrigado por me proporcionarem este momento! A Ti, Bruma, minha Cúmplice, a Mulher que Amo e me preenche! A ti, Gothicum, aquele verdadeiro amigo! A ti, Treva, pela poetiza em que te revelas nessa Mulher!
Submited by
Poesia :
- Login to post comments
- 8605 reads
Add comment
other contents of admin
Topic | Title | Replies | Views |
Last Post![]() |
Language | |
---|---|---|---|---|---|---|
Culinária/Appetizers | Eat-me hot-receita Rodeo | 0 | 3.667 | 11/19/2010 - 12:55 | Portuguese | |
Culinária/Appetizers | Eat-Me Hot( Receita quente/frio) | 0 | 4.753 | 11/19/2010 - 12:55 | Portuguese | |
Culinária/Appetizers | gambas carnais | 0 | 6.466 | 11/19/2010 - 12:55 | Portuguese | |
Culinária/Desserts | , | 0 | 5.088 | 11/19/2010 - 12:55 | Portuguese | |
Culinária/Appetizers | Eat me Hot (receita das confissões) | 0 | 8.929 | 11/19/2010 - 12:55 | Portuguese | |
Culinária/Others | quiche lorraine | 0 | 3.419 | 11/19/2010 - 12:42 | Portuguese | |
Culinária/Appetizers | Eat me hot(Receita da vontade) | 0 | 6.125 | 11/19/2010 - 12:42 | Portuguese | |
Críticas/TV Series | S,O.S Emergência precisa melhorar | 0 | 10.349 | 11/19/2010 - 02:48 | Portuguese | |
Críticas/Books | O Sétimo Sentido | 0 | 4.774 | 11/19/2010 - 02:39 | Portuguese | |
Críticas/Miscellaneous | Como imaginamos a vida dos sobreviventes a uma destruição do nosso planeta? | 0 | 11.834 | 11/19/2010 - 02:39 | Portuguese | |
Críticas/Miscellaneous | A vergonha das palavras que escrevo(Crónica/crítica) | 0 | 7.259 | 11/19/2010 - 02:39 | Portuguese | |
Críticas/Miscellaneous | E sem mais ser, sermos por isso, seres melhores e mais felizes. | 0 | 12.912 | 11/19/2010 - 02:39 | Portuguese | |
Críticas/Movies | O Estranho Mundo de Jack | 0 | 6.139 | 11/19/2010 - 02:39 | Portuguese | |
Críticas/Miscellaneous | Paços de Ferreira ( Capital do Móvel) | 0 | 7.580 | 11/19/2010 - 02:39 | Portuguese | |
Críticas/Miscellaneous | . | 0 | 3.546 | 11/19/2010 - 02:39 | Portuguese | |
Críticas/Miscellaneous | . | 0 | 4.394 | 11/19/2010 - 02:39 | Portuguese | |
Críticas/Miscellaneous | . | 0 | 5.174 | 11/19/2010 - 02:39 | Portuguese | |
Prosas/Terror | CONDESSA JUSTINE PARTE I - DAMA OU MERETRIZ | 0 | 8.516 | 11/19/2010 - 00:04 | Portuguese | |
Prosas/Terror | RIBAS CASTELO - A MALDIÇÃO | 0 | 7.604 | 11/19/2010 - 00:03 | Portuguese | |
Prosas/Terror | 4- SIN CITY- A ESCRITORA | 0 | 5.713 | 11/19/2010 - 00:03 | Portuguese | |
Prosas/Terror | SIN CITY- LIVRO I - O CLÃ DOS IMORTAIS | 0 | 9.884 | 11/19/2010 - 00:03 | Portuguese | |
Prosas/Terror | SIN CITY- A CATEDRAL | 0 | 5.539 | 11/19/2010 - 00:03 | Portuguese | |
Prosas/Contos | Drica | 0 | 6.002 | 11/19/2010 - 00:03 | Portuguese | |
Prosas/Contos | MATERIALIZAÇÃO DEMONÍACA | 0 | 4.658 | 11/19/2010 - 00:03 | Portuguese | |
Prosas/Contos | O Anti-Cristo | 0 | 6.252 | 11/19/2010 - 00:03 | Portuguese |
Comments
Re: ""seres nocturnos em versos brancos"
Fantástico
Adorei, uma fenomenal união de 4 grandes vozes
Saudações a todos
Re: ""seres nocturnos em versos brancos"
São mesmo seres nocturnos.
O réquiem encanta o leitor, embeleza o poema, dança com ele para nor tornar assim: nesta embriaguez, nesta quietude.
Um enredo de perigos e paixão feito por quatro excelentes vozes.
Um abismo que avisa, que pensa, que Diz.
Os meus sinceros parabéns aos quatro.
Abraços,
Bárbara.