DESPOJOS DA VIDA
Despojos da vida
Vi uma exposição de gente velha,
Toda debaixo de telha,
Já sem brilho no seu olhar,
E sem forças para andar.
Olhares tristes e sem esperança,
Onde o querer já não alcança,
A vida que já passou,
Para eles o mundo já acabou.
Apenas olham e já não falam,
Vivem, olham e se calam,
São o espelho da juventude,
Naquele Centro de saúde.
São vidas à espera da morte,
A quem já acabou a sorte,
Têm todos o olhar distante,
Num corpo já degradante.
Esperam afectos e carinhos,
Mas continuam sozinhos,
Nas vidas cheias de nada,
E a tristeza está instalada.
Toda aquela gente velha,
Em que a vida já fez centelha,
E já deu tanta luz ao mundo,
E agora se encontra no fundo.
Toda esta gente espera o fim,
Para deixar de estar assim,
Sob o olhar de tanta pena,
A quem o tempo condena.
Foi naquele Centro de espera,
Que percebi que a vida é uma quimera,
Nesta corrida contra o tempo,
Com a certeza que nunca o venço.
Tavira, 8 de Setembro de 2009 - Estêvão
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