À Mesa do Mundo
Sou a ponta da espada, e o peito em que crava,
sou daqui e dali, sou de terra alguma,
de papel e de sangue e de coisa nenhuma,
sou Anjo, ou àgua, ou...
O que sou?
Tenho o norte e o sul,
mas não tenho abrigo.
Sou de sonho e de estrada!
Futura e Passada...
Sou a ave que fica no céu que já não está,
Mas sou chão, sou de chão...
Sou Santo e sou mão!
Animal mais antigo, palavra de abrigo,
Boa Nova, sou pão, sou um sim e sou um não!
Quem sou, quem sou?...
Sou daquela e da outra e nem de mim sou,
sou tão pouco mas tão longo...
Sou a mesa do mundo!
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Wednesday, June 24, 2009 - 18:13
Poesia :
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Comments
Re: À Mesa do Mundo
Sou daquela e da outra e nem de mim sou,
sou tão pouco mas tão longo...
Ricardo, é a primeira vez que leio algo seu
parece que vou aprender a escrever,melhor daki para a frente :-)
Esta estrofe, tá o máximooo !!
Abraço
Re: À Mesa do Mundo
Nessa imagem de desapego do ser/ter, dás-te numa mesa sem pertencer a quem te quizer.
Sento-me à mesa contigo!
Bjo. amigo, :-?
Re: À Mesa do Mundo
Somos a mesa do mundo1
somos o pó dos astros
somos o infinito banal
que somos afinal?
Gostei bastante...
beijo
Breizh
Re: À Mesa do Mundo
Sou a mesa do mundo!
Sentimento nobre quão este teu poema que me deliciou ler!!!
Abraço
:pint:
Re: À Mesa do Mundo
Olá Ex-Ricardo,
Adorei o poema,
"Sou daquela e da outra e nem de mim sou,
São tão pouco mas tão longo...
Sou a mesa do mundo!"
Ficou exelente!
Grande beijo :-)
Daniela Gomes.
Re: À Mesa do Mundo
Profundo.
Abraço.
Re: À Mesa do Mundo
Considero um poder de alguns homens, serem capazes de se emular numa imensidão de coisas, umas vivas e outras mortas, mas conferindo sempre muita vida a ambas. o auge é ser o tudo e a ausência total, muito bem explorados.
Outro dos poderes é a vontade de dar...
Neste poema, estes poderes sobrepõem-se, com um resultado muito bom.
Gostei
Re: À Mesa do Mundo
sao poemas como o teu que nos cativam a escrever mais. e nos fazem acreditar na arte d escrever e liberdade expressao. parabens pelo poema e obrigado por seres um poeta inspirante. abraço
Re: À Mesa do Mundo
Na indefinição do ser, "Quem sou, quem sou?" e na imperceptibilidade do peso para onde cede a balança, "Boa Nova, sou pão, sou um sim e sou um não!" te absolves na consciência de ser um buffet de tão pouco mas tão longo ao dispor do mundo
Adorei
Abraço
Re: À Mesa do Mundo
"Animal mais antigo, palavra de abrigo,
Boa Nova, sou pão, sou um sim e sou um não!
Quem sou, quem sou?..."
Depois da afirmação a dúvida... a afirmação tão etérea e a dúvida tão constante, mas entre o que se é e não se é, sabe-se o que se vem a ser no final...
" Sou a mesa do mundo!"
Meus eternos e ressonantes aplauso ao Atual- Ricardo, quem eu conheço agora neste poema. (também quero um dia sentar-me a esta mesa!!!!)heheheh... ;-)