O QUE ARDE JÁ NÃO TORNA A ARDER
O que arde já não torna a arder
O tempo que arde já não torna a acender,
É o tempo que vai passando, não volta outra vez,
Tudo o que arde se vai apagando, são lembranças apenas,
Deixando saudades ou não e até alguns dilemas.
O tempo deve – se viver e não contar o que se vive,
Não devemos perdê – lo nos momentos em que se convive,
Contar o tempo de viver, pouco ou nada interessa,
Mais vale que lhe demos vida e que ela não se esqueça.
Tem mais valor dar vida ao tempo do que tempo à vida,
E a vida só tem valor quando ela é bem vivida,
Nunca tirando o tempo de ninguém, para viver o nosso,
Criando entre as vidas lamentos e um grande fosso.
O tempo segue sempre o seu eterno caminho sem regresso,
Vai passando e vai desgastando e nunca volta ao começo,
E as folhas da árvores caducas vão caindo no chão,
Pisadas por toda agente e nunca se sabem quem são.
Pisamo- las sem dar qualquer importância,
E nunca olhamos para o chão dentro da nossa ignorância,
E o tempo as deixas cair e outras tornam a vir,
Nos Outonos do tempo, sem nunca as reprimir.
Umas vão e outras vêm sempre verdes e viçosas,
E o tempo vai andando e nunca deixam de ser amorosas,
As que caem já não se levantam e as que nascem são delicadas,
Da cor da esperança da vida e noutro Outono serão caídas.
Em todas as Primaveras é vê – las sempre a crescer,
Com a certeza do tempo que um dia vão descer,
À terra onde se criaram, enquanto a árvore for mãe,
E o tempo vai andando, andando no seu caminho infinito também.
Com a sua eternidade e no seu poder congénito,
Que vai correndo sem se ver e nunca será restrito.
E a vida que vamos vivendo com alegria ou tristeza,
O tempo não quer saber porque sabe a nossa certeza,
Assim como o nosso caminho com a meta estabelecida,
Marcada logo à nascença para a vida ser vivida.
E o tempo na sua senda vai deixando os seus despojos,
Entre as lindas flores e outros lugares mais rigorosos,
E a vida vai sempre olhando e deixando de olhar,
Para o tempo que vai contando e deixando de contar.
Tavira, 16 de Dezembro de 2010 – Estêvão
Submited by
Poesia :
- Login to post comments
- 1447 reads
other contents of José Custódio Estêvão
Topic | Title | Replies | Views |
Last Post![]() |
Language | |
---|---|---|---|---|---|---|
Poesia/Love | AMOR | 0 | 2.785 | 02/18/2013 - 11:13 | Portuguese | |
Poesia/Meditation | ASSASSINOS | 0 | 1.777 | 02/17/2013 - 13:22 | Portuguese | |
Poesia/Love | AO AMOR NÃO INTERESSA O TEMPO | 0 | 3.686 | 02/17/2013 - 13:20 | Portuguese | |
Poesia/Meditation | AMANHÃ | 0 | 3.222 | 02/16/2013 - 13:21 | Portuguese | |
Poesia/Meditation | INTERROGAÇÃO | 0 | 1.293 | 02/16/2013 - 13:17 | Portuguese | |
Poesia/Meditation | A MINHA PANTERA | 0 | 1.100 | 02/16/2013 - 13:14 | Portuguese | |
Poesia/Comedy | O FORRETA | 0 | 3.078 | 02/15/2013 - 12:31 | Portuguese | |
Poesia/Love | A NOBREZA DO NOSSO AMOR | 0 | 2.711 | 02/15/2013 - 12:28 | Portuguese | |
Poesia/Meditation | UMA CARTA ESPECIAL | 0 | 2.849 | 02/15/2013 - 12:25 | Portuguese | |
Poesia/Meditation | CONFUSÕES | 0 | 1.766 | 02/14/2013 - 11:28 | Portuguese | |
Poesia/Meditation | SOU MESTRE DO MEU CAMINHO | 0 | 1.394 | 02/14/2013 - 11:25 | Portuguese | |
Poesia/Meditation | SE NÃO FOSSE GENTE | 0 | 2.286 | 02/13/2013 - 12:02 | Portuguese | |
Poesia/Meditation | OS PÉS NÃO SERVEM PARA VOAR | 0 | 3.216 | 02/13/2013 - 11:58 | Portuguese | |
Poesia/Meditation | OS MEUS DESEJOS | 0 | 3.231 | 02/13/2013 - 11:53 | Portuguese | |
Poesia/Intervention | JUSTIÇA | 0 | 1.527 | 02/12/2013 - 12:32 | Portuguese | |
Poesia/Meditation | OUVIR COMER E CALAR | 0 | 2.008 | 02/12/2013 - 12:29 | Portuguese | |
Poesia/Meditation | PRINCIPIO E FIM | 0 | 1.315 | 02/12/2013 - 12:27 | Portuguese | |
Poesia/Love | NUNCA ME DIGAS ADEUS | 0 | 2.402 | 02/11/2013 - 11:21 | Portuguese | |
Poesia/Love | PAIXÃO | 0 | 2.993 | 02/11/2013 - 11:18 | Portuguese | |
Poesia/Love | SENTIMENTOS | 0 | 3.287 | 02/11/2013 - 11:14 | Portuguese | |
Poesia/Meditation | O DINHEIRO | 0 | 2.942 | 02/10/2013 - 13:25 | Portuguese | |
Poesia/Meditation | ENTRE A VERDADE E AMENTIRA | 0 | 2.198 | 02/10/2013 - 13:23 | Portuguese | |
Poesia/General | QUANTAS PÉTALAS? | 0 | 2.050 | 02/10/2013 - 13:19 | Portuguese | |
Poesia/Meditation | PAI E MÃE | 0 | 3.786 | 02/09/2013 - 12:57 | Portuguese | |
Poesia/Meditation | HÁ DIAS ASSIM | 0 | 934 | 02/09/2013 - 12:54 | Portuguese |
Add comment