Mulata em flor.

Quantos em quanta
vontade mais santa
torcida branca
para mudar de cor.

Até as vezes pensava
Eu quero!
(Inútil conflito interno
inferno de dor).

Viver entre duas cores,
muitos distintos sabores,
vida de flor e de dores
estabelecidos pela cor

Mas, fugi, cresci,
sai daqui,
chorei, cortei,
me isolei,
e assim
me descobri em mim.

e então...

Chega!!! Chega!!!

Não sou branca, sou negra!!!
Sou negra mulata em flor.

Sou negra, negra,
negra é minha alma,
como crespo é meu negro cabelo,
meu olho, meu pelo,
meu pranto e sabor.

Carrego o sentimento interno,
da África o terno
sentimento de amor.
Gravado com ferro
e com berro
da memória do Santo
Negro em dor.

Negro é meu luzente futuro
é luz não escuro,
mel negro em amor.

Que venhas porque eu te quero,
futuro e belo,
negro lindo em flor.

Este poema foi feito para uma quase irmã que é filha de mãe branca e pai negro, viveu este conflito e optou pela sua Africanidade emergente. Uma linda e feliz escolha hoje ela é uma cantora lírica que canta com voz negra a memória linda e sofrida de seus ancestrais.

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Sunday, August 2, 2009 - 21:54

Poesia :

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analyra

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Comments

marialds's picture

Re: Mulata em flor.

Lindo poema não importa a cor, somos o que somos.
E temos que nos gostar, na realidade exata do tempo e da vida.
Parabens.

Hamilton's picture

Re: Mulata em flor.

Poesia tem a cara e o jeito dos poetas. Insubstituível, parabéns!

MarneDulinski's picture

Re: Mulata em flor.

Analyra!

Belo poema, bela homenagem ao negro em tua vida!

MarneDulinski

AlessandraBorges's picture

Re: Mulata em flor.

Assisto ao vivo e em cores esse dilema poetizado, e é lindo quando vemos mulheres que assumem sua ''beleza negra''.Parabéns a sua ''quase irmã'' e a vc pelo tema.

Tiger's picture

Re: Mulata em flor.

Viver entre duas cores,
muitos distintos sabores,
vida de flor e de dores
estabelecidos pela cor

q coisa mais lindaaaa

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