COMO FAZER SUCO

Primeira pergunta: O que você acha que vai escorrer sobre a mesa?
Segunda pergunta: A mídia, ou mais especificamente a televisão, o que tem a oferecer?
Bem, se não há opções, como haver escolhas?
A falta de cultura, de conhecimento, de identidade, de patriotismo facilita para que sejam despejadas em nossas cabeças, as mais fúteis, insípidas e inúteis atrações. Com o tempo, vamos nos acostumando com tantas nulidades, que o bárbaro, o horrendo, o bizarro, chegam a parecer normais.
Os meios de comunicação, quando em mãos erradas, sem princípios, sem ética cristã, são armas lentas e letais.
Estamos sendo contaminados lentamente, ingerindo um veneno mortal.
Vejamos os noticiários: estes informam e nos deformam. Eles nos levam a conclusão de que nada acontece de normal, de bom e louvável. Tudo está perdido? Tudo é bala perdida? Tudo é abuso contra menor? Tudo é seqüestro relâmpago? Tudo é insegurança? A televisão nos faz pensar que sim. Na verdade, ela procura sabiamente a melhor estratégia para explorar a nossa curiosidade, para despertar nossos sentidos e nos atingir. Reparem que os programas policiais seguem o mesmo desenho, o mesmo esquema. Os apresentadores se beijam, se copiam e se digladiam em busca da audiência.
Estão estereotipados desde a voz estridente até nó da gravata. Num discurso hipnótico , criam a expectativa no desenlace final da noticia, fazendo ecoar repetidamente, palavras e frases que soam como mantras. Desta forma, eles prendem (ou agridem) o telespectador, não completando a notícia de imediato. Criam ansiedade e estresse, martirizam vítimas e famílias, evocando repetidas vezes, as circunstâncias mais chocantes.
O desfecho final deveria nos atingir de forma fria e doída, mas isso não acontece. Já somos zumbis impotentes, insensíveis, sem lágrimas.
As mazelas e tragédias são enxertadas em nossas mentes, tão coloridas e tão bem editadas que passamos aceitá-las como triviais e sem importância. Estamos enfraquecendo nossos valores em conseqüência do que vemos.
Bem, não desligue ainda o televisor. Você acha realmente que não temos bons programas? Temos novelas, Big-Brother, fazendas, temos anúncios, temos shopp isso, shopp aquilo, e temos programas que jogam tortas na cara. Até pouco tempo, você podia ficar interligado naquele programa da tarde que humilhava pré-adolescentes, fazendo perguntinhas fáceis, às quais eles sempre respondiam “não sei” e corriam felizes para bater o sino. No mesmo programa você via cenas escravagistas, que cortesmente obrigavam os estudantes a comer higiênicas minhocas, asseadas baratas, grilos saltitantes, cérebro de centopéias, e sei lá mais o quê.
A televisão tornou-se catalisadora de toda informação, produção artística e pseudo-artística. Ela julga, e é quem diz o que é bom ou mau. Ela se arvora em educadora do seu filho e mostra o que ele deve vestir, o que ele deve comer, o que ele beber, o que deve vestir, para onde viajar, que esporte praticar... Você concorda com isso? Mas, você gosta de uma novelinha? Não precisa responder. Também não quero saber se a televisão é “do bem ou do mal” (esta expressão foi criada para os desenhos animados).
Repare que é com os desenhos que começam os bombardeios das mensagens negativas e subliminares, que minam as cabecinhas.
Você já pensou quem é a babá do seu filho? Você já reparou em quem a está ajudando na educação dele? Vou parar de escrever e desligar o meu televisor.
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