Ladram cães à distância, Mato o "Por-Matar" ...

Ladram cães à distância,
Mato o "Por-Matar" ...

Ladro de cães à distância e uma vela acesa,
Inúteis mecenas que despertam o ardor
Da cria que me habita e cuido e velo, grito
Pois creio, ser eu lobo, mais lúcido que ouro

E que alguma vez fui e o desejo me acena,
- Oh, como desejo a caça grossa, arguta,
E não capoeira onde jazz ovelho mal morto
E a tesão que dá matar o "Por Matar", o manto

Sinto-o ter da morte aqui e ao lado, esgoto
Do veio da vida, enquanto este é cenário
Lívido da morte, encoberto, invisível corre
Do prado pra moita certa, boca de sena

Cega à navalha, eu superior e ela presa,
E os cães ladrando "à tona", à distância
De uma vala e uma vela se apagando,
Morte certeira, noite encenada, navalha

De barba, mato o "Por Matar", degolado
Como manda o código da Ordem, Barbeiro
O som da morte a quebrar, inesquecível
E tão pouco curável quanto a reles loucura,

Ladro de cães à distância e a gamela e os
Restos no prado do despojo, no restolho ruivo
Suplicado em vermelho sangue, de guerreiro
Meu credo pois o creio meu uivo, o do lobo

E ao uivar ao céu agradeço à Deusa Maga
E a Belenus quando irrompe, consagrando
O dia Basco do Druida Lobo, a meu mando
Age o fogo que consome os montes, o dom...

O dou aos amantes, eu me elevo, assombro
E mito nas palavras que me velam, devotas
E por revelar, envolto em mistério e morte,
E por matar me vou, leve e em voo de bruxo

Mago...

Joel Matos 01/2020
Http://joel-matos.blogspot.com

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Wednesday, January 8, 2020 - 10:45

Ministério da Poesia :

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