Viajantes e peregrinos

Uma lívida paranoia flutua no ar esses dias
Figuras desconhecidas perambulam pela cidade
Um gosto amargo desce pela garganta
E não temos noção alguma
Do que pode acontecer
Todas as coisas parecem estar fora de lugar.

Quem são os detetives e quem são os ratos?
Os que vivem escondidos nas sombras
Perscrutando pelos becos cheios de lixo
Parecem buscar alguma coisa
Algo que se perdeu no tempo
E ninguém consegue enxergar a verdade.

Nós podemos ser um caminho em movimento
Uma estrada onde caminha os peregrinos
Que destoam radicalmente de sua fé
Pois a fé está dentro da extinção das crenças
Porque nesse ambiente lúgubre
O Deus morre se não souber dançar.

Será que os animais são sozinhos
Ou apenas os ouvintes de algum tolo que grita?
Perguntas quase sempre não trazem respostas
E caminhamos quase sempre na escuridão
Como viajantes perdidos
Em territórios inóspitos e cheio de terrores.

As palavras morrem por elas mesmas
Sempre que alguém fala uma besteira
E existe uma violência de se estar perdido
Correndo o risco iminente do exílio
Apenas as longas conversas em monólogos
Não serão suficientes para mudar esse cenário.

Poema: Odair José, Poeta Cacerense

www.odairpoetacacerense.blogspot.com

Submited by

Sunday, January 26, 2025 - 13:36

Poesia :

Your rating: None (2 votes)

Odairjsilva

Odairjsilva's picture
Offline
Title: Membro
Last seen: 20 hours 1 min ago
Joined: 04/07/2009
Posts:
Points: 20224

Comments

Odairjsilva's picture

Visitem os

Odairjsilva's picture

Visitem os

Odairjsilva's picture

Visitem os

Odairjsilva's picture

Visitem os

Odairjsilva's picture

Visitem os

Odairjsilva's picture

Visitem os

Odairjsilva's picture

Visitem os

Add comment

Login to post comments

other contents of Odairjsilva

Topic Title Replies Views Last Postsort icon Language
Poesia/Disillusion Te amar me pesa 7 1.365 04/26/2025 - 02:32 Portuguese
Poesia/Intervention A geração ansiosa 7 796 04/24/2025 - 22:31 Portuguese
Poesia/Meditation O Homem que Ninguém Libertou - Parte III - (O Que Veio Depois) 7 2.368 04/23/2025 - 20:16 Portuguese
Poesia/Meditation O Homem que Ninguém Libertou - Parte II - (A Ruptura) 7 1.304 04/22/2025 - 21:17 Portuguese
Poesia/Meditation O Homem que Ninguém Libertou - Parte I - (A Rotina) 7 658 04/21/2025 - 17:35 Portuguese
Poesia/Thoughts Os caminhos da razão 7 1.456 04/20/2025 - 23:11 Portuguese
Poesia/Love Próximo do infinito 7 668 04/20/2025 - 14:25 Portuguese
Poesia/Intervention Indubitável 7 956 04/19/2025 - 18:29 Portuguese
Poesia/Joy Saber viver 7 1.112 04/19/2025 - 13:55 Portuguese
Poesia/Meditation Entre circuitos e silêncios 7 1.055 04/18/2025 - 13:36 Portuguese
Poesia/Meditation Vestígios em ruínas 7 470 04/17/2025 - 14:36 Portuguese
Poesia/Thoughts Escultor de silêncios 7 1.521 04/16/2025 - 22:20 Portuguese
Poesia/Sadness Tarde silenciosa 7 420 04/15/2025 - 21:08 Portuguese
Poesia/Disillusion A lembrança dela 7 273 04/14/2025 - 23:19 Portuguese
Poesia/Joy Nas ruas de terra batida 7 1.283 04/13/2025 - 18:48 Portuguese
Poesia/Passion Desejo no olhar 7 540 04/13/2025 - 13:37 Portuguese
Poesia/Love Deixar de te amar? 7 1.271 04/13/2025 - 03:07 Portuguese
Poesia/Love Janelas do ser 7 479 04/12/2025 - 02:22 Portuguese
Poesia/Thoughts O vento pode ser ameaçador 7 1.340 04/09/2025 - 01:14 Portuguese
Poesia/Disillusion Podia ser uma canção de amor 7 2.170 04/08/2025 - 20:43 Portuguese
Poesia/Passion Admiração 7 406 04/07/2025 - 21:38 Portuguese
Poesia/Thoughts O homem feito em palavras 7 1.657 04/06/2025 - 15:49 Portuguese
Poesia/Meditation Natureza morta em luz de neon 7 1.497 04/05/2025 - 20:17 Portuguese
Poesia/Intervention Entre concretos e sonhos 7 1.544 04/05/2025 - 01:13 Portuguese
Poesia/Meditation A pedra de Sísifo 7 542 04/03/2025 - 22:57 Portuguese