"Do Amor e Outros Demónios"
Tenho o coração internado numa psiquiatria urgente.
Enlouqueceu ou deprimiu pelo fumo do cigarro…
Por ausência de gente.
Antes era de um bater, desembraio alucinante que descia pelas pernas e atava a faringe.
Para aí ontem à noite uma síncope assassina compassou como quem finge.
Falou um dialecto estranho, coisas de ódio e injúrias carregadas de rancor…
Tanta mágoa confundida mergulhou feio na bebida para afogar a dor.
Tocaram discos antigos, vícios velhos inimigos cheiraram efémero o corpo.
Então uma noite branca com uma raiva que era tanta gritou, o amor está morto.
Fui com o fumo do cigarro e com as chaves do carro outra vez olhar o rio.
Coração vil e bastardo, esquizofrénico e parado…
Vai para a puta que pariu.
Desaguou a melancolia no estuário quase de dia ás horas do meu passado…
É melhor estar sozinho a jorrar prantos de vinho do que mal acompanhado.
Como o coração está louco e não dou sequer um pouco para ir á condição…
Basta que passe por mim outro coração no fim para lhe pegar na mão.
Esta merda de poesia era coisa que não fazia senão quando tinha azia ou estava a cagar.
Porque rimas e falsetes, operetas e minetes são o verbo a vomitar.
Mas os minetes são de valor, dão tesão e dão amor.
Até me sabe bem, não ter pai, não ter mãe, nem mulher nesta idade…
Eu amo com cabeça, o coração é uma peça…
Pode parar à vontade!
PS: Desculpas a quem ler… que não faço outra assim!!!
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Comments
Re: "Do Amor e Outros Demónios"
Grande grito poético para afogar a dor.
Muito bom!!!
:-)
Re: "Do Amor e Outros Demónios"
Bom sou suspeita mas, este teu poema a mim já me diz bastante.
Sei lá se pelo tom agridoce, calão metido ou veso incontido. Sei lá se pelas verdades em que me revejo, que isto de estrutura rude e cruel num poema nunca foi meu mote.
Compreendo-te profundamente na parte
Porque rimas e falsetes, operetas e minetes são o verbo a vomitar.
Para mim a estrutura formal, rigida é uma droga. Que nos amarra, e para amarrados já nos basta a sociedade e suas regras mesquinhas.
Quanto ao génio em ti? Demasiado evidente
Esta merda de poesia era coisa que não fazia senão quando tinha azia ou estava a cagar.
Pois se até dobrado em 4, sentado poetas. Tá tudo dito!
E não faças promessas que não quero que não cumpras.
Saca mais destas, de coração destroçado, em fumo largo, de raiva isolado. Que eu te leio....sempre!
Re: "Do Amor e Outros Demónios"
Explendido ... amigo poeta ... falar do que o amor nos faz sentir é facil, viu bem ... agora é só segui-lo, se soltar, desabafar ... e não só quando esta com azia ou a cagar, elas nós ajuda em muitas das vezes, principalmente quando sofremos por amor ... bem vindo de vez ao mundo dos poetas ... e sim, sempre volte a nos presentear com tais dons.
Beijos poéticos!!!!
Re: "Do Amor e Outros Demónios"
lapis o coração pode ser uma peça mas se vem a faltar como fica o quebra- cabeça?
Seu poema me fez lembrar uma música chamada "existe um céu"- cantora Simone .
Se puder ouça , vais gostar .
Continue sempre a nos presentear com teus escritos.
Abraços
Susan
Re: "Do Amor e Outros Demónios"
lapis o coração pode ser uma peça mas se vem a faltar como fica o quebra- cabeça?
Seu poema me fez lembrar uma música chamada "existe um céu"- cantora Simone .
Se puder ouça , vais gostar .
Continue sempre a nos presentear com teus escritos.
Abraços
Susan
Re: "Do Amor e Outros Demónios"
Pedir desculpas do quê?
Do seu génio amigo Lápis-Lazuli?
Sabe que mais, seu poema para não variar é fantástico!!!
Porra pá!
Faça mais assim!
Quem fica a ganhar é a poesia.
E a mim... quem me dera saber ter essa inspiração.
Abraço.
Vitor.