A privada do gigante

Aluiria queixos descrentes se emanassem gomos no letreiro dos limoeiros
Atordoados com disposição de cansaço em olfactos de favo
A dar ao que não se pode ver, a ceder ao que não se cinge no sentir
A um só tempo pisar no espaço nadar na calma abobada
Arcada equinocial sobrepujada ao mudo que fala vontades

Vedaria a beleza com gramas macias das tapeçarias q’acolhem
Valências de corpos argutos graníticos redemoinhando finos laços d’feno
Com cítaras voando na obliquidade do tronco circundado ao pescoço
Quase volvido cem anos ou mais

Dizimaria a Terra no seu caminhar de lagar(tiú) áspero brilhante
Com couro a evadir outras pequenas brincadeiras de borracha.
Ardósia de seios serpenteados se veria nas colunas fortes
De quem sustém todo aço estelar de ti

Importa o que há mais do simples arabesco anis de si acrescido em ti?

Sangue que não pulsa as batidas do disparo
Que decai como lágrimas fracas
Aos que bóiam em mares mortos salgadiços
Incólume no profundo

Tu provocarias o pacato
Para lançar dança pecaminosa no Éden dos gambás

Submited by

Thursday, May 6, 2010 - 23:23

Poesia :

No votes yet

Alcantra

Alcantra's picture
Offline
Title: Membro
Last seen: 10 years 24 weeks ago
Joined: 04/14/2009
Posts:
Points: 1563

Comments

Henrique's picture

Re: A privada do gigante

Dizimaria a Terra no seu caminhar de lagar(tiú) áspero brilhante
Com couro a evadir outras pequenas brincadeiras de borracha.
Ardósia de seios serpenteados se veria nas colunas fortes
De quem sustém todo aço estelar de ti...

Intenso e corta o fôlego!!!

Bom poema!!!

:-)

Add comment

Login to post comments

other contents of Alcantra

Topic Title Replies Views Last Postsort icon Language
Poesia/General Paletó de carícias 1 1.223 04/17/2012 - 03:32 Portuguese
Poesia/General Cômodo dos afugentados 2 1.316 04/12/2012 - 16:47 Portuguese
Poesia/General Escritos da Memória 1 1.040 04/06/2012 - 15:35 Portuguese
Poesia/General Interruptor do Sol 1 1.241 04/02/2012 - 20:42 Portuguese
Poesia/General A privada do gigante 0 1.489 03/30/2012 - 16:31 Portuguese
Poesia/General Azul da Prússia 0 1.271 03/26/2012 - 20:00 Portuguese
Poesia/General Labaredas sarcásticas dançam nas ruas de Roma 2 1.366 03/14/2012 - 21:39 Portuguese
Prosas/Mistério Lágrimas do leão cego 0 1.697 03/09/2012 - 15:13 Portuguese
Poesia/General Os campos de Julho 0 1.358 03/09/2012 - 15:10 Portuguese
Poesia/General Chalés da Beladona 0 1.193 03/05/2012 - 15:54 Portuguese
Poesia/General O nome da tarde era poesia 0 1.422 02/29/2012 - 22:29 Portuguese
Poesia/General Outro do Outro Lado 0 902 02/23/2012 - 23:06 Portuguese
Poesia/General O encantador de beija-flores 0 1.477 02/13/2012 - 15:29 Portuguese
Poesia/General Noi não contigo 0 879 02/07/2012 - 15:22 Portuguese
Poesia/General Letras em chamas 0 1.276 02/03/2012 - 10:59 Portuguese
Poesia/General Sonso e Truncado 0 1.340 01/12/2012 - 15:40 Portuguese
Poesia/General Os filhos do Beco 0 1.436 12/27/2011 - 14:48 Portuguese
Poesia/General Parapeito do mundo 0 1.154 12/19/2011 - 22:57 Portuguese
Poesia/General Chorrilho só chorrilho 0 1.002 12/13/2011 - 21:35 Portuguese
Poesia/General Ler sexo ou solidão 0 1.799 12/04/2011 - 18:52 Portuguese
Poesia/General Correr & nada ser 0 1.298 11/28/2011 - 22:39 Portuguese
Poesia/General Por azo ao flerte 0 1.223 11/20/2011 - 02:10 Portuguese
Poesia/General Arbítrios, broquéis contra missal 0 1.575 11/11/2011 - 22:07 Portuguese
Prosas/Others Apenas num jornal 0 1.715 10/30/2011 - 00:42 Portuguese
Poesia/General A Capa e o Roubo 0 1.627 10/30/2011 - 00:40 Portuguese