Idiossincrasias.

Porque falam as bocas sem pensar?
Porque as linguas não são cozidas
e comidas como manjar?

Porque a saliva não vira molho?
E os gases do repolho e do amar
não desfazem-se na imensidão do ar?

Porque não se torna silente
o silvo dessa serpente
que sibilande, rebelde, não quer calar?

Porque?

Visualizei o apocalípse
na escuridão o eclipse
sol e lua no mesmo ar.

Não me vendo, nem me rendo
nem permaneço sofrendo
apenas quero respirar.

Sigo em frente não vendo
caio e vou vivendo
engano-me para cantar.

E assim mais um dia,
de manhã mato a poesia
mas volto sempre para ressussitar
na hora em que me vejo em versos a pensar.

(Não mais penar)

Submited by

Thursday, June 10, 2010 - 16:32

Poesia :

No votes yet

analyra

analyra's picture
Offline
Title: Membro
Last seen: 12 years 11 weeks ago
Joined: 06/14/2009
Posts:
Points: 4569

Comments

nunomarques's picture

Re: Idiossincrasias.

Visualizei o apocalípse
na escuridão o eclipse
sol e lua no mesmo ar.

é a hora de pensar, e em versos ressuscitar.
O sentido, das palavras sentidas.

Beijo
Nuno

Conchinha's picture

Re: Idiossincrasias.

Respirar é um bom desejo,
Mas não é a tua única realização.
Gostei.

Librisscriptaest's picture

Re: Idiossincrasias.

E eis q surge das cinzas a bela fenix renascida!
:)
Minha muito querida Lyra poetica, nao se mata a poesia, ela corre-te nas veias, para o bem e para o mal!
Este teu poema esta um desabafo muito bem conseguido e revela tb esse teu lado guerreiro e vivo q tanto admiro!
"Não me vendo, nem me rendo
nem permaneço sofrendo
apenas quero respirar."
Lirazinha, embaixatriz, estreluda, lolll
Eu adoro você!!!
Beijinho grande em ti e abracinho apertadinho
Inês

Add comment

Login to post comments

other contents of analyra

Topic Title Replies Views Last Postsort icon Language
Prosas/Ficção Cientifica Apocalípse. 1 1.944 08/19/2009 - 14:45 Portuguese
Poesia/Love Manhã de sonho. 4 1.537 08/18/2009 - 23:23 Portuguese
Poesia/Love Eu não desisto, insisto e me jogo... 6 935 08/18/2009 - 23:14 Portuguese
Poesia/Aphorism Secura 4 2.564 08/17/2009 - 23:50 Portuguese
Poesia/Intervention Enquanto forem humanos. 2 1.714 08/17/2009 - 19:55 Portuguese
Poesia/Aphorism Caminho de altos e baixos. 1 1.358 08/17/2009 - 19:11 Portuguese
Poesia/Fantasy Bomba XXX 3 2.084 08/17/2009 - 18:50 Portuguese
Poesia/Aphorism Comtemporâneo. 1 1.175 08/16/2009 - 22:39 Portuguese
Prosas/Ficção Cientifica O crítico sensato. 1 1.584 08/16/2009 - 01:17 Portuguese
Prosas/Ficção Cientifica O crítico compassivo. 3 2.423 08/16/2009 - 01:06 Portuguese
Poesia/Intervention Da vida que se esvai antes do tempo. 0 2.186 08/15/2009 - 16:17 Portuguese
Prosas/Others Bem fundamentado, tudo se justifica... 0 2.332 08/15/2009 - 14:09 Portuguese
Poesia/Aphorism DIGRESSÕES 4 1.885 08/15/2009 - 01:35 Portuguese
Poesia/Aphorism Arrependimento da língua solta. 3 1.640 08/14/2009 - 19:11 Portuguese
Poesia/Aphorism À flor da pele 2 1.156 08/14/2009 - 19:09 Portuguese
Poesia/General Mudar o mundo em um segundo. 9 2.834 08/12/2009 - 20:52 Portuguese
Prosas/Comédia O crítico destrutivo. 6 2.008 08/12/2009 - 15:59 Portuguese
Poesia/Disillusion Cansaço emocional 3 1.631 08/12/2009 - 00:09 Portuguese
Poesia/Dedicated Nós...apertados...louco,alucinados, incoerentes e senescentes... 3 1.718 08/12/2009 - 00:04 Portuguese
Poesia/Meditation Incoercível destino 4 1.251 08/11/2009 - 18:16 Portuguese
Poesia/Meditation A beleza que atrai o olhar que trai. 4 4.222 08/10/2009 - 19:17 Portuguese
Prosas/Romance Roteiro de uma reconciliação. 1 2.378 08/10/2009 - 17:21 Portuguese
Poesia/General Viajando na cidade 3 1.317 08/09/2009 - 17:55 Portuguese
Poesia/Aphorism criança 7 934 08/09/2009 - 15:10 Portuguese
Poesia/Meditation Não aprendo...mesmo me ardendo 3 936 08/09/2009 - 01:23 Portuguese