Noite, olha! Tenho a boca a sangrar

Noite, olha! Tenho a boca a sangrar
O álcool cheira como as flores
enterradas no mar
e os meus gritos
e os meus sonhos
e os meus gestos no lume
Ficam guardados na tristeza
dos que foram na guerra
e depois voltam com canções
para me consolar.

Noite tenho a boca a sangrar
andei numa briga por ti
e os meus gritos
e os meus sonhos
e quando tento e não durmo
é porque a minha alma
perdeu o poder de se declarar.

Noite, tenho a boca a sangrar
os meus gritos
os meus sonhos.
O álcool cheira como
as flores enterradas no mar.

Lobo

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Sunday, July 4, 2010 - 15:59

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lobo

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Librisscriptaest's picture

Re: Noite, olha! Tenho a boca a sangrar

"Noite tenho a boca a sangrar
andei numa briga por ti
e os meus gritos
e os meus sonhos
e quando tento e não durmo"

Sempre inquietante a força e a intensidade q transporta para aquilo q escreve, Lobo...
Beijinho em si
Inês

angelofdeath's picture

Re: Noite, olha! Tenho a boca a sangrar

Adoro a tua poesia sempre diferente e arrojado e especialmente estes dois versos:"Ficam guardados na tristeza/dos que foram na guerra/e depois voltam com canções/para me consolar".

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