Poema de amor depois do amor
Ela abriu os olhos devagar e me olhou com atenção.
Percebi que havia mudado alguma coisa.
O sentimento era verdadeiro e ela se entregou ao prazer de forma voluptuosa e incandescente.
O êxtase foi profundo.
Queria me dizer varias coisas, mas acabou não dizendo nada.
Também, nem precisava.
Era patente em seus olhos a felicidade que sentia.
O sorriso era espontâneo a todo instante.
Como foi maravilhoso fazer amor naquela tarde quente.
O clima lá fora era de um deserto escaldante.
A fumaça escondia o céu azul e o transformava em um cinzento cruel e sufocante.
O ar condicionado nem dava conta de resfriar o quarto.
Dois quadros na parede chamaram a sua atenção no inicio e ela não largava o presente que havia ganhado naquele dia em comemoração aos três meses de namoro.
Um conjunto de porta-jóias de cerâmica colorida em formatos diferenciados.
Depois de um banho refrescante apresentou-me um corpo deliciosamente perfumado e sedutor.
Um desejo louco em morder cada centímetro daquele corpo.
Arrancar um pedaço mesmo.
O motivo de amar aquela que me faz feliz.
Uma loucura da qual não se esquece jamais.
Ela pediu um chocolate branco do qual nem senti o sabor, mas imagino fosse tão saboroso quanto aquela pele macia diante de mim.
À noite seu sorriso continuava.
Sinal de felicidade.
Uma noite de diálogo produtivo.
De confidências.
De esperança que esse amor dure para sempre.
Seu sorriso sempre tão belo e seu olhar sempre tão misterioso é a razão de inúmeros poemas e pensamentos.
A razão de amar e lutar por esse amor.
Hoje o dia amanheceu diferente.
Depois de longos meses sem chuva.
Hoje choveu.
Uma chuva límpida que veio para selar a nossa paixão.
Fazer florescer o sentimento verdadeiro e profundo.
Dar vida as flores do jardim tão castigado pelo clima seco de outrora.
Reviver a candura de um amor que nos une em pensamentos.
Que assim seja eternamente.
Odair José
Poeta e Escritor Cacerense
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