"O TESTAMENTO" - O Segundo Encontro
O número mágico “7” contou os meses. O mesmo número mágico sete contou, após os sete meses, o sétimo dia da semana.
E aí choveu o céu. E, abençoados pelos deuses, anjos, arcanjos, serafins, santos e todos os mistérios somados à bruxaria do “7”, eles marcaram o segundo encontro.
Após terem se passado sete meses do primeiro encontro, exatamente no sétimo dia da semana chovia.
Fez-se a umidade genuína que germina, floresce e frutifica. Fez-se brisa fresca e perfumada. Fez-se noite encantada, e , na madrugada de celestiais véus, fez-se o segundo encontro.
Novamente eles se viram. Desta vez ele se encontrava em um quente ninho, afogado em única cor, em único cheiro. Ela levou-lhe o frescor do vento e regou aquele ninho, e mostrou-lhe sua pele de cor lisa, despida de estampas do passado.
E, então, sentiram-se as texturas e entrelaraçaram-se nas luzes das quais eram envoltos. Daquele ninho reluziram especiarias nobres, composições medievais para exclusivisar a contemporainedade do ouro da aliança para o amanhecer daquela madrugada.
E, então, eles provaram da madrugada o açucar. E adoçaram-se. E, então, doces, na horizontal, contemplaram a alvorada celeste. Assistiram a mágica da maestria dos deuses, em instantâneas pinceladas, tingir o preto com as exclusivas nuanças da cor azul.
E novo dia rasgou o azul encoberto de escuro-noturno. Novo dia nasceu de um parto encantado, feito naturalmente. Ele a esmagou com deslumbramento, e ela o fuzilou com o trio de sentidos localizado em seu rosto totalmente aberto.
Vencidos pelo amor rezaram, na mesma voz, o credo, a ladainha para a divindade chamada destino. Louvaram o ponto de fuga e sentiram saudade do amanhã. Então colocaram no horizonte as benditas linhas cruzadas.
A despedidada foi o afago morno. Na despedida fez-se uma troca. Ela ficou com ele e ele se foi com ela. Ambos pactuaram a reciprocidade. Ela prometeu-lhe a lembrança endeusar. Ele ofereceu-lhe o aconchego de seu ninho e entregou-lhe a chave da tenda e ela agendou madrugadas e alvoradas douradas.
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Re: "O TESTAMENTO" - O Segundo Encontro
"E novo dia rasgou o azul encoberto de escuro-noturno. Novo dia nasceu de um parto encantado, feito naturalmente. Ele a esmagou com deslumbramento, e ela o fuzilou com o trio de sentidos localizado em seu rosto totalmente aberto.",
Este parágrafo, transcende toda a magia da despedida feita pelo casal e sagrou a sagrada magia do sete, simplesmente lindo amiga.
Parabéns!