EVOLUCIONISMO - Filosofia Sem Mistérios - Dicionário Sintético

EVOLUCIONISMO – sob esse titulo abrigam-se diversas Doutrinas Religiosas, Cientificas e Filosóficas. As primeiras interessadas na evolução espiritual; a segunda na evolução das matérias e a Filosófica no conjunto geral. Em comum, todas utilizam a noção de transformação ou de mudança como base de seus ideários. Também lhes é comum, a idéia do Relativismo; ou seja, não há nada “Absoluto” por si, pois se tudo se transforma, tal transformação ocorre em “Relação” ao que antes existia. Vejamos um exemplo bem simples: No inicio dos Tempos alguns pássaros NÃO podiam voar, mas com o correr das Eras houve a Evolução de suas asas e voar tornou-se possível. Observa-se, então, que a Evolução foi uma alteração nas possibilidades daqueles SERES em dois momentos distintos. A Evolução foi Relativa à condição anterior. No final desse tópico voltaremos a abordar o tema da Relatividade, mas sob o aspecto de sua validade. Outro ponto que é quase que unânime entre as Visões que se utilizam da Evolução como método, é o fato de não lhes dar um limite conhecido. Tudo evolui, mas até quando? Até que ponto? SPENCER, por exemplo, afirma que o final é o “Absoluto Incognoscível”, ou, em outros termos: chegará ao ponto de não ser mais relativa, mas conhecer tal ponto está além da capacidade humana. Segundo outro filósofo, TEILHARD DE CHARDIN o final será um “Absoluto Místico”; ou, em algum ponto metafísico, sobrenatural, além da Consciência. Claro que existem outras versões, mas são de menor importância e quase sempre derivações das duas que mencionamos. A Biologia, por sua vez, nem se propõe a achar um ponto final. Parte da noção de que todas as espécies derivam uma das outras por um processo de transformação natural e, assim sendo, não se pode estipular ou prever um fim das transformações; exceto, é claro, quando se considera o fim do nosso Universo físico, material. No ramo da Filosofia há uma Corrente que prega ser a “Evolução” a “Lei Geral dos Seres”, a qual, grosso modo, ocorreria na seguinte escala: 1. Matéria 2. Vida 3. Espírito 4. Sociedade. Ou seja, do agrupamento de moléculas faz-se a Vida do Individuo, o qual, em seu aprimoramento, adquire a dimensão Espiritual e passa ao Convívio da Sociedade (ou ao “Todo” ou “Absoluto”). Note-se, que é uma Idéia que não prima pela originalidade, pois só repete os passos que são comumente citados, desde o Hinduísmo até HEGEL, passando pelo DEVIR de Heráclito (sugerimos consultar os itens citados, nesse dicionário). Por fim, voltaremos à questão da Relatividade do termo “Evolução”. Cabe a pergunta: o que é, realmente, a Evolução? Em termos vulgares é a passagem de certa situação para outra melhor. Que seja mais favorável, principalmente, em termos materiais. Porém, sabe-se que paralelamente outros tipos de aborrecimentos surgem nessas ocasiões e, então, o Indivíduo volta a ter o anseio de novamente “Evoluir”, até que tudo se repita. Em termos mais sutis, como por exemplo, a “Evolução Espiritual”, “Moral”, “Intelectual” etc. seria diferente? Não! Porque, aqui também, efeitos colaterais que se antes eram desconhecidos, agora vicejam com vigor. Desses, podemos citar como exemplo, a “Solidão Intelectual”, o “Auto Isolamento Social”, o aumento não correspondido do Nível ético etc. Vimos que melhoras são superficiais e nunca completas, pois não se pode relacionar automaticamente “Evolução” com “Felicidade” e que, se fosse, seria sempre de acordo com um critério subjetivo (ou seja, conforme o ponto de vista pessoal de cada um). Ora, a partir desse ponto, conclui-se que o termo em si não representa o que efetivamente ocorre e que melhor seria substituí-lo por “Mudanças”, “Alterações” e congêneres. Contudo, essa substituição não seria aceita por uma idiossincrasia humana: a esperança. Sempre se espera alguma “Evolução”. E tal acontece por ser um artifício que o “Instinto de Conservação” coloca no Indivíduo e que não lhe permite tomar consciência da falta de Sentido do ato de viver. Sabe-se, que tudo é mera ilusão. Mas se continua; e é isso que faz do Homem o “Ser Inautêntico”, que veremos adiante, no capitulo dedicado ao “Existencialismo”.

Submited by

Sunday, January 31, 2010 - 00:53

Prosas :

No votes yet

fabiovillela

fabiovillela's picture
Offline
Title: Moderador Poesia
Last seen: 8 years 39 weeks ago
Joined: 05/07/2009
Posts:
Points: 6158

Comments

RobertoEstevesdaFonseca's picture

Re: Filosofia Sem Mistérios - Dicionário Sintético

Parabéns pelo belo e instrutivo texto.

Gostei muito.

Parabéns.

Um abraço,
REF

Add comment

Login to post comments

other contents of fabiovillela

Topic Title Replies Views Last Postsort icon Language
Prosas/Others ALCESTE, Gluck - Óperas, guia para iniciantes 0 6.007 08/14/2015 - 14:26 Portuguese
Prosas/Others ORFEU e EURÍDICE, Hydn - Óperas, guia para iniciantes - Ensaio completo 0 4.136 08/14/2015 - 01:24 Portuguese
Poesia/Sadness Atos 0 3.121 08/11/2015 - 15:41 Portuguese
Poesia/General A Canção de Hiroshima 0 4.613 08/05/2015 - 20:11 Portuguese
Prosas/Others RIGOLETTO, Verdi - Óperas, guia para iniciantes. 0 8.481 08/04/2015 - 20:49 Portuguese
Poesia/Love Serenidades 0 3.408 07/29/2015 - 14:57 Portuguese
Poesia/General Os Traços 0 4.473 07/26/2015 - 14:14 Portuguese
Poesia/General Luna 0 3.274 07/21/2015 - 15:32 Portuguese
Poesia/General Assombros 0 5.141 07/19/2015 - 17:23 Portuguese
Prosas/Others Pagliacci, Leoncavallo - Óperas, guia para iniciantes 0 6.984 07/16/2015 - 15:34 Portuguese
Poesia/General A Moça de Cima 0 3.230 07/14/2015 - 15:14 Portuguese
Poesia/Love O Grito 0 3.367 07/11/2015 - 19:14 Portuguese
Prosas/Others Óperas, guia para iniciantes - Cavalleria Rusticana, Mascagni - Ensaio completo 0 8.512 07/10/2015 - 15:25 Portuguese
Prosas/Others Da Maioridade Penal 0 3.748 07/09/2015 - 23:46 Portuguese
Poesia/General Paraty 0 7.636 07/06/2015 - 01:09 Portuguese
Prosas/Others Óperas, guia para iniciantes - LUCIA DE LAMMERMOOR, Donizetti - Ensaio completo 0 3.035 07/01/2015 - 15:56 Portuguese
Poesia/Sadness As Idades 0 3.336 06/27/2015 - 16:07 Portuguese
Poesia/Love As Separações 0 4.749 06/25/2015 - 22:51 Portuguese
Poesia/General K., onze anos, apedrejada 0 2.486 06/22/2015 - 15:26 Portuguese
Poesia/Love Sax 0 3.811 06/19/2015 - 15:17 Portuguese
Poesia/General Matem 0 4.080 06/16/2015 - 15:23 Portuguese
Prosas/Tristeza Óperas, guia para iniciantes - EUGEN ONEGIN, Tchaikovsky - Ensaio completo 0 7.155 06/15/2015 - 20:09 Portuguese
Poesia/Love Ao filho que fiz 0 4.058 06/13/2015 - 16:59 Portuguese
Poesia/General Negra Calíope 0 4.134 06/12/2015 - 14:04 Portuguese
Poesia/Love Enigmas 0 4.347 06/11/2015 - 15:20 Portuguese