"AMARGURA"

Exilei-me de mim, já nada importa…

Calai-vos murmúrios incipientes
A minha voz segreda lamentos
Que o vento abandona na tua vidraça
Que a chuva limpa com mãos de granizo
Enquanto a noite adormece cansada!

Calai-vos espíritos soterrados na loucura
A minha dor é uma certeza acorrentada
À maresia estática dos meus olhos
À nostalgia corrosiva dos meus sonhos
Que se engrandecem de férteis amarguras

Exilei-me de mim… já nada importa!

Agora que os rios me atulham de lodo
Agora que me afundo já sem réstia de fôlego
A minha alma flutua como pomba morta
Exilada de mim… para longe esvoaça
Exilei-me de mim… já nada importa!

Autoria: Vóny Ferreira

3/6/2008

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Tuesday, June 3, 2008 - 15:46

Poesia :

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Comments

ÔNIX's picture

Re: "AMARGURA"

Um isolamento, que te permite entrar em ti.
Agora entendi...nem lembrava deste poema

Interessante!!!

Um beijo meu

meninadorio's picture

Re: "AMARGURA"

Exilar-se é reprimir a vida
é não ver o pó da estrada
sentir as dores contidas
no frio da madrugada

É prender a alma em correntes
elos feitos de aço frio
amordaçar o coração que dormente
cala-se triste e vazio...

Não se exile a ponto de não sentir mais
o pulsar da vida

Um beijo

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