Viagem

Viagem

Estou de amarelo,
Como cerejas vermelhas,
Saboreio o doce suco
Enganando outros sabores.
O amarelo do meu vestido,
Parece bem chamativo
A outros.
Não a mim.

Reduzo as cerejas
A casco.
Quero ausentar-me
deste autocarro.
Senhor condutor,
Largue-me em sítio
Inexistente.
Esqueçam que parti,
Deixe-me correr,
Ao lado,
Uma corrida sem fim.

Parar num verde campo
Ladeada de altas árvores,
Surpreendidas,
Por este ser humano:
Perdido, meigo,
Ali presente.

Sussurram murmúrios,
Que ventos atrevidos
Alojam no seu ventre.

Escrita de mera diversão,
Entrecortada,
Por leituras de emoção.

Há quem deteste o amarelo
Mas hoje, este vestido, e em viagem,
Sou apenas eu
Num mundo de miragem.

OF 06-06-2010
 

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Monday, February 21, 2011 - 10:06

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