Ouve-me
Baixa o som…
Ouve-me!
Tens o dom da metáfora longínqua no caleidoscópio dos teus olhos.
És o que está por inventar…muito à frente!
Contigo perco a expressão e corro dicionários no adjectivo que procuro.
Tens o cheiro das cartas de amor e canudos no cabelo que descansam nos teus ombros.
És casulo dos meus anseios, és um corpo passageiro, inspiro fundo, devaneio, água, malte, luz e vida.
Conjugas-me os verbos todos, sou um planeta tolo, a semântica distendida.
Perco-me nas indiferenças do nosso olhar procurado.
A música da tua voz é um êxito de nós em taquicardia sustenida.
Baixa o som…
Ouve-me!
Tenho andado a pensar se pensas no que te penso e me pensas assim também…
Tens faces de menina, rosto de mulher felina a rugir modos de mãe.
Quando me tocas sou uma cana trémula na brisa dos teus anseios…sinto-o.
Respiração boca à boca, um “quero-te”, em voz rouca com vontades e receios.
Tens nebulosas misteriosas, magias maravilhosas, um quê de sonho utópico…
Até pareces cocaína que vicia a minha linha num delírio psico-trópico.
Baixa o som…
Ouve-me!
Tenho andado para te perguntar se um dia queres parar aqui para este lado.
Mas temo esta ideia louca do amor como uma forca, estilo golpe de estado.
Tens o dom da metáfora longínqua no caleidoscópio dos teus olhos.
És o que está por inventar…muito à frente!
Talvez neste esperar, num doce contemplar…
O amor acuda de repente.
Agora é só dizer-te!!!
Submited by
Poesia :
- Login to post comments
- 1131 reads
Add comment
other contents of Lapis-Lazuli
Topic | Title | Replies | Views |
Last Post![]() |
Language | |
---|---|---|---|---|---|---|
Poesia/Friendship | Carroça dos cães | 0 | 2.101 | 11/18/2010 - 16:34 | Portuguese | |
Poesia/Love | Um quarto de hora de rio | 0 | 1.196 | 11/18/2010 - 16:31 | Portuguese | |
Poesia/Love | Lucy in the sky with diamonds | 0 | 1.091 | 11/18/2010 - 16:28 | Portuguese | |
Poesia/Dedicated | Exorcizamus | 0 | 1.643 | 11/18/2010 - 16:21 | Portuguese | |
Poesia/Dedicated | Pai nosso dos violinos | 0 | 1.207 | 11/18/2010 - 16:17 | Portuguese | |
Poesia/Thoughts | "Recordações Da Casa Amarela" | 0 | 1.071 | 11/18/2010 - 16:09 | Portuguese | |
Poesia/Aphorism | Laranjas de natal | 0 | 1.095 | 11/18/2010 - 16:08 | Portuguese | |
Poesia/Passion | Vénus no altar dos ímpios | 0 | 1.528 | 11/18/2010 - 16:07 | Portuguese | |
Poesia/Thoughts | Speedball Brown Sugar | 0 | 1.093 | 11/18/2010 - 16:07 | Portuguese | |
Poesia/Aphorism | Incongruência | 0 | 1.102 | 11/18/2010 - 16:07 | Portuguese | |
Poesia/Aphorism | Eu vos saúdo Maria | 0 | 1.254 | 11/18/2010 - 15:46 | Portuguese | |
Poesia/Dedicated | De que carne somos feitos | 0 | 1.612 | 11/18/2010 - 15:45 | Portuguese | |
Poesia/Aphorism | Cozido á portuguesa | 0 | 1.519 | 11/18/2010 - 15:45 | Portuguese | |
Poesia/Dedicated | Belas...uma terra perdida em mim | 0 | 1.183 | 11/18/2010 - 15:45 | Portuguese | |
Poesia/Meditation | O equilibrista | 0 | 1.128 | 11/18/2010 - 15:32 | Portuguese | |
Poesia/Meditation | Vou dançar a Polka | 0 | 1.215 | 11/18/2010 - 15:32 | Portuguese | |
Poesia/Love | Já por detrás do bugio | 0 | 1.501 | 11/18/2010 - 15:30 | Portuguese | |
Poesia/Intervention | Fascismo | 0 | 1.945 | 11/18/2010 - 15:30 | Portuguese | |
Poesia/Intervention | A divina tourada | 0 | 1.702 | 11/18/2010 - 15:27 | Portuguese | |
Poesia/Aphorism | Remissão | 0 | 997 | 11/18/2010 - 15:27 | Portuguese | |
Poesia/Aphorism | Reencantamento | 1 | 1.370 | 09/23/2010 - 17:33 | Portuguese | |
Poesia/Aphorism | Compasso a passo e arrasto | 3 | 1.059 | 09/21/2010 - 11:12 | Portuguese | |
Poesia/Love | Do peito | 10 | 1.250 | 09/17/2010 - 22:43 | Portuguese | |
Poesia/Aphorism | Deslembrança | 2 | 529 | 09/16/2010 - 22:27 | Portuguese | |
Poesia/Aphorism | A vida são dois dias | 1 | 1.520 | 09/16/2010 - 21:32 | Portuguese |
Comments
Re: Ouve-me
Não sei o que dizer. Sinceramente, não sei.
Conta-me teu segredo, poeta. Voavas enquanto compunha este poema. Não voavas?
Re: Ouve-me
Lápis indescritivelmente doce , terno cheio de Amor de um jeito único que só você sabe fazer
Perco até mesmo os adjetivos!
Imensamente Divino!
Beijos
Susan
Re: Ouve-me
Lápis indescritivelmente doce , terno cheio de Amor de um jeito único que só você sabe fazer
Perco até mesmo os adjetivos!
Imensamente Divino!
Beijos
Susan
Re: Ouve-me
"Contigo perco a expressão e corro dicionários no adjectivo que procuro.
Tens o cheiro das cartas de amor e canudos no cabelo que descansam nos teus ombros."
:)))))
Apaixonante este teu registo, quase me atrevo a dizer q o "nosso" Lapis é um romantico incuravel!
Beijinho grande em ti
Inês