“CERCO ÀS AVESSAS”

As sanguessugas acederam ao topo 

Mentindo e enganando o povo 

Quão pobre seja a desdenha 

Que o povo esqueça a manha 

 

Poro a poro rasteja ainda 

No sangue da mamadeira 

Quando abre desgraça e cacimba

Mentindo de toda a maneira 

 

Bondade ou maldade 

Na ponta da língua, o povo prova 

Que cego, já sem idade 

Corre para não entender a desova

 

Corre, aquando lhe chega ao nariz

A aventura de um vinho moldado 

Que muito vê, mas nada diz 

Que é veneno do tonel quadrado

 

Não catemos mais desgraças

Que o sangue bate nos tempos passados

Matá-lo, será impossível…

Mas graças:

Soltam línguas nos desorientados

 

Acalmam-se os passos desgovernados

Pelos abraços, inúteis, insolentes

Como pedaços de sono, meio mastigados

De estômagos deitados, bocas dormentes

 

Mentindo, que mentem sempre

Afeitos a mentiras singelas

E simplesmente mente

Louvando a segurança delas

 

Mas lá suspira o povinho

Alivio, do sangue escarrapachado

Em acerto de Pátria com vinho

E linhagem de antepassado

 

Que sempre foi o ceguinho

Contradito, na façanha do provado

Ver que vê, copo de vinho

Afinado, adormece cansado

 

Mais logo se pode ver

Essas leis cavaleirescas

Que em façanha vão dizer:

- Vence o cerco às avessas.

***

Submited by

Wednesday, April 20, 2011 - 01:09

Poesia :

No votes yet

antonioduarte

antonioduarte's picture
Offline
Title: Moderador Poesia
Last seen: 22 weeks 3 days ago
Joined: 01/09/2010
Posts:
Points: 2570

Comments

MarneDulinski's picture

“CERCO ÀS AVESSAS”

Lindo poema,gostei mesmo sendo longo!

Meus parabéns,

MarneDulinski

antonioduarte's picture

Obrigado amigo

Obrigado amigo Marne,

Parecendo longo, o texto,em si:

Tomou as rédeas e acampou na goma do meu papel

Para limpar, de mim, as mágoas envenenadas...

Aquelas que levam uma Pátria ao tonel

 Com mentiras e tacanhices gorgoladas.

Grande abraço smiley

Add comment

Login to post comments

other contents of antonioduarte

Topic Title Replies Views Last Postsort icon Language
Prosas/Contos Sinopse da poesia “Beijo na Idade” 0 2.891 11/22/2011 - 02:50 Portuguese
Poesia/Meditation “Escolha” 2 1.688 11/11/2011 - 14:49 Portuguese
Poesia/General “Liberto desejo” 0 1.886 11/09/2011 - 17:17 Portuguese
Poesia/General Sorte, que seja um grito” 0 1.862 11/08/2011 - 23:48 Portuguese
Poesia/Love “Por notícia tua” 3 2.432 11/02/2011 - 04:21 Portuguese
Poesia/Passion “Tintas de amor” 0 1.692 11/02/2011 - 00:16 Portuguese
Poesia/Sonnet “Resplandeço de luz e vida” 6 1.866 11/01/2011 - 05:04 Portuguese
Poesia/General “Sei-o muito bem” 1 2.684 10/27/2011 - 21:31 Portuguese
Poesia/Comedy “Trapalhada que foi e será” 0 2.210 10/17/2011 - 23:30 Portuguese
Poesia/General “Para onde não quero olhar” 4 2.369 10/17/2011 - 22:49 Portuguese
Poesia/General “Dois iguais a Um” 0 2.471 10/15/2011 - 02:41 Portuguese
Poesia/General “Orla das Eternidades” 1 2.939 10/14/2011 - 14:33 Portuguese
Poesia/General “Esperando com a vida ” 1 2.704 09/20/2011 - 02:57 Portuguese
Poesia/Meditation “QUANDO SOU RAIZ AO VENTO” 3 1.965 09/03/2011 - 22:02 Portuguese
Poesia/Sadness “ÁGUAS E GRITOS” 1 3.418 08/24/2011 - 17:09 Portuguese
Poesia/Meditation “NO HORIZONTE DE MIM” 0 1.862 08/23/2011 - 02:31 Portuguese
Poesia/Aphorism “ASSOMBROS DEFEITUOSOS” 0 2.582 08/21/2011 - 01:08 Portuguese
Poesia/Disillusion “ERMA FÚLIA” 0 2.854 08/19/2011 - 03:05 Portuguese
Fotos/Religion Lembrança 0 3.200 08/19/2011 - 01:00 Portuguese
Poesia/General “Que importa” 0 2.282 08/10/2011 - 00:33 Portuguese
Poesia/Meditation “Ora que morre” 0 2.361 08/09/2011 - 01:48 Portuguese
Poesia/Meditation “Unicidade” 0 1.455 08/07/2011 - 23:39 Portuguese
Poesia/Meditation “O outro canto” 0 1.923 08/07/2011 - 01:51 Portuguese
Poesia/General “Embuste singrado” 2 2.665 08/06/2011 - 19:08 Portuguese
Poesia/Meditation “Elucubrações fictícias” 0 3.067 08/06/2011 - 18:52 Portuguese