O fermento do engano

 

 

E as luzes na fechadura
ombreavam com as cinzas da noite.


Desperto teu ego
rodava a maciça loucura


soterrada


na rangente madeira


afiada


no espreitar dos lábios
de um corpo quase cego.

 

Colossal a clausura
a que incessantemente me levaste


amarrado


ao batente da voz,


esquivo,


a       p     r     e      s     s     a     d    o

 

no tumulto
da bruma
moldada com cera:


d

e

r

r

(amada)


em urtigas azedas
num capricho cruel
de promessas


levedadas


com o fermento do engano.

 

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Thursday, April 21, 2011 - 02:25

Poesia :

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rainbowsky

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Comments

MariaButterfly's picture

gostei muito:)

Fermento do engano, que faz crescer aquilo que não
existe.

Como ilusão criada.

Desilusão.

Nota-se uma grande amargura:

em urtigas azedas
num capricho cruel
de promessas


as urtigas para não serem agradáveis já não precisam de ser
azedas.
Mas tu frisas-te bem isso.

Promessas...

Em capricho...ditas e feitas por fazer.

Uma desilusão, fermentada por alguém.


Gostei muito,

Beijos

 

MarneDulinski's picture

O fermento do engano

Lindo, mesmo sendo triste, gostei muito!

Meus parabéns,

MarneDulinski

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