O Namoro dos Porquinhos

O NAMORO DOS PORQUINHOS
Jorge Linhaça

Hoje eu vou contá um causo
( pois faiz tempo qui eu num conto )
desses que quando acontece
mentira inté parece
tenta isquece, num isquece
deixa a gente meio tonto

Lá no sitio do Fulgêncio
ele tem muita criação
entre elas uns porquinho
desses todo rosadinho
criado cum muito carinho
nos galpão do mangueirão

Fui lá num fim de semana
pro cumpadi avisitá
ainda tava cedinho
e sentemo nuns banquinho
tomêmos um cafezínho
e garremos de prosiá

Falêmo di tudo um pouco
i fomus ver as criação
Cumpadi tava animado
mostrava os pasto do gado,
os cavalo bem tratado,
e fumos lá pro mangueirão

Foi ai que aconteceu...
Nóis fumo bem quietinho
ele amostrando os cevado
uns porcão bem dos criado
i as porca du outro lado
tudo cuidado e limpinho

Lá no fim do mangueirão
ficav'os leitão e leitoa
I foi ali qui eu vi
a cena que num esqueci
i qui conto hoje aqui
quentinha inguá uma broa

Eu inté num creditava
naquilo qui tava vendo
dois porquinho namorava
O leitão presente dava,
pra porquinha ele olhava,
e a leitoa se derretendo .

Cumpadi ficou sem fala
e num soube mi isplicá
donde havia saído
o embrulho colorido
que o porquinho sabido
foi pra leitoa ofertá.

Fiquêmo os dois iscundido
olhando aquele namoro
A leitoa apaixonada
o leitãozinho beijava
i us dois si abraçava
i us outro cantava em coro

Tão namorandoooooo...
Tão namorandoooooo ...

I foi ansim que eu vi
os porquinho namorá
i era tanto carinho
que tinha aqueles bichinho
qui demorêmo um cadinho
mó di nóis saí di lá

O causo já está contado
acredite quem quisé
mai foi muito interessante
vé os dois porquinho amante
e agora neste instante
o que vi confirmo e dou fé.

Arandu, 1 de fevereiro de 2009
 

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Saturday, May 21, 2011 - 20:52

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