Ode ao Boia Fria

Ode ao "boia fria"*
Jorge Linhaça
 

Nem o sol se ergueu ainda no horizonte.
e já sais, célere, para a tua lida inclemente;
esperas o ônibus do "gato" , suportas o afronte;
mas trabalhas, de sol a sol, incansávelemente.
 

Tuas roupas de lida, são quase que farrapos;
judiadas no afã de fazeres mil e uma colheitas.
Teu próprio corpo, se confunde aos trapos;
alquebrado, ao fim da jornada , chegas e deitas.
 

Sonhas dias melhores , sonhas respeito, dignidade,
sonhas não ver o pesadêlo das panelas vazias;
sonhas o sonho de uma sonhada igualdade.
 

Despertas na noite, acabou-se a tua utopia...
enches a garrafa de café, a tristeza te invade;
voltas à realidade cruel da vida de "boia fria".

* Boia-fria, é o nome que se dá ao trabalhador rural,
que durante a sazonal colheita, leva consigo uma marmita,
comida durante o dia, na própria lavoura, sem ter onde
aquece-la. comem portanto a comida ( boia) fria.

** "Gato" é o homem que se encarrega de intermediar a contratação dos trabalhadores rurais ficando com parte da remuneração. Ou seja recebe X por trabalhador contratado e lhe repassa Y

***
Vamos aprender ?

Palavras novas:

Busque no dicionário os significados de:

Célere
Lida
Inclemente
Afronte
Afã
Alquebrado
Utopia

Compreendenedo o texto:

Qual é realidade do Boia fria?
Que tipo de dificuldades ele enfrenta?

" sonhas o sonho de uma sonhada igualdade
despertas na noite, acabou-se a tua utopia"

O que o autor quis dizer com essas frases ?

 

Submited by

Saturday, May 21, 2011 - 23:23

Poesia :

No votes yet

Jorge Linhaca

Jorge Linhaca's picture
Offline
Title: Membro
Last seen: 10 years 23 weeks ago
Joined: 05/15/2011
Posts:
Points: 1891

Add comment

Login to post comments

other contents of Jorge Linhaca

Topic Title Replies Views Last Postsort icon Language
Poesia/Disillusion Quem me dera 0 1.089 05/30/2011 - 12:00 Portuguese
Poesia/Intervention Quem Diria 0 1.542 05/30/2011 - 11:58 Portuguese
Poesia/Sonnet Presságios 0 1.454 05/30/2011 - 11:54 Portuguese
Poesia/Sonnet Piratas 0 2.007 05/30/2011 - 11:50 Portuguese
Poesia/Meditation Perigosa Infância 0 1.506 05/30/2011 - 11:47 Portuguese
Poesia/Meditation Preocupação 0 1.608 05/30/2011 - 11:46 Portuguese
Poesia/Love Pater Nostro 0 1.636 05/30/2011 - 11:44 Portuguese
Poesia/Intervention O Palácio da Injustiça 0 1.596 05/30/2011 - 11:42 Portuguese
Poesia/Meditation Os Poemas que Não Escrevi 0 1.369 05/30/2011 - 11:41 Portuguese
Poesia/Meditation Os Filhos do ódio 0 1.584 05/30/2011 - 11:39 Portuguese
Poesia/Meditation Os Filhos do Abandono 0 1.619 05/30/2011 - 11:38 Portuguese
Poesia/Meditation O Último Guerreiro 0 1.157 05/30/2011 - 11:36 Portuguese
Poesia/Intervention O Show deve Continuar 0 1.766 05/30/2011 - 11:35 Portuguese
Poesia/General O nome do poema 0 1.605 05/30/2011 - 11:33 Portuguese
Poesia/Meditation O elogio da fome 0 1.001 05/30/2011 - 11:30 Portuguese
Poesia/Disillusion O Crime nosso de cada dia 0 2.299 05/30/2011 - 11:28 Portuguese
Poesia/General Nosso Parquinho 0 1.392 05/30/2011 - 11:26 Portuguese
Poesia/Meditation Natureza 0 1.516 05/30/2011 - 11:19 Portuguese
Poesia/Disillusion Ontem eu Morri 0 1.685 05/30/2011 - 11:18 Portuguese
Poesia/Disillusion Morta Viva Severina 0 1.556 05/30/2011 - 11:15 Portuguese
Poesia/Joy Maria Manguaça 0 1.178 05/30/2011 - 11:14 Portuguese
Poesia/Meditation O CANTO DO LOBO 0 2.037 05/30/2011 - 11:13 Portuguese
Poesia/Dedicated Lavras da Solidão 0 1.240 05/30/2011 - 10:55 Portuguese
Poesia/Meditation Integração 0 1.636 05/30/2011 - 10:53 Portuguese
Poesia/Disillusion Infância Prisioneira 0 1.351 05/30/2011 - 10:52 Portuguese