Preso ao passado

Chegou a altura de recordar o passado...
A idade chegou e bateu a saudade no corpo cansado,
Por preguiça de criar
O hábito de inovar,
Vivo das memórias
Que partilho com a noite escura,
À luz da tortura
De apenas as recordar...

Livra-te desses trapos sujos
Que limpam o pó das estantes,
De retratos emoldurados
Sobre coisas insignificantes
Que o mestre tempo apaga,
Deixa antes que ele te traga
Novas cores à pintura
Que tu escondes debaixo da carpete,
Tu só tens uma vida
E não como os gatos
Que têm sete,

Vive o futuro
Que promete
Aquilo em que acreditas,
Mesmo que seja pouco, mas bom,
A vida pede que o repitas,
Lança-te ao desconhecido infinito,
Nada tens a perder,
Acorda de uma vez por todas
essa tua vontade de viver.