Seda negra.

Negra Seda

Lanugens de jovem em cadências de pele acastanhada e levemente rosada evolucionam gradualmente e finalizam em deleitosos montículos, que se elevam tesos em amendoim tostado. Melindrados, sentem-se inchar ao toque subtil dos lábios, pelo menos na febril imaginação de Emílio repassava esse sentimento.
Procedendo da elegante linha de cintura forma-se um delta bem negro, num profundo, algo intangível lago fundo onde assentavam longas pernas em seda preta clara e luzente.
Toda uma elegia voluptuosa enquadrava um delta, onde um vórtice umbilical se espraiava em harmoniosos declives.
Deslumbrava-o o esplêndido corpo de menina moça sentada ao seu lado na pick-up amarela cor de milho e deixa-se conduzir num cosmos paralelo e sem culpados de negras sedas e encarnações de volúpia incontida.
Surge uma penugem densa no decote de Cíntia, estende-se progressivamente ao fundo de um lago mudo e uma outra linha carnuda assoma debaixo, ladeia e distingue-se suavemente um, dois montículos rígidos, mais claros que os culminam e se vêem sob a blusa fina.
Em cada gesto dela sente-se equilíbrio, o corpo desfila num sem fim sensual de ténues curvas magnificamente produzidas em tons de seda prata,
Longos fios, como cascatas em torvelinho ladeiam um rosto discreto em castanho de voracidade branda.
Sons macios de seda e cetim expressam-se nos sentidos de Emílio ao menor movimento dela.
O Colo elevado e levemente inclinado, permite que a catarata de cabelos repouse sobre um dorso modelado e enlace com as nádegas fixas do corpo negro e delgado da jovem.
Ao lado dela viaja mudo Emílio que sente a tensão sexual aumentar ao ponto de quase explodir ao mesmo tempo que imagina o corpo nu da jovem companheira sentada ao lado, invade-o a sensação de predador face à corça e decide atacar …
– Cíntia debate-se falsamente e por curtos instantes, depois deixa-se ir ou antes, deixa-se ficar, Emílio não era velho nem muito mal parecido, camponês dos três costados, pai mãe e avós, caboclos de mãos calosas e mente também ela calejada pelo sol e pelo seco sertão.
A renda branca da cueca de Cíntia cedeu como “teia-de-aranha” às mãos de Emílio que apesar da violência tenta dizer ao ouvido de Cíntia algumas palavras no seu entender sensuais mas que soam a obscenidades, às quais não estava habituada mas que, em lugar de a deixar desconfortável incrivelmente excita-a,
Sentia-lhe os dentes a mordiscar devagar e com gentileza os mamilos cada vez mais inchados e volumosos.
Rendeu-se á investida grotesca deste homem que mal conhecia, talvez com medo das consequências mas por outro lado à descoberta de outra Cíntia
Sentiu-lhe a língua a percorrer cada nesga de pele castanha /negra e esbelta ficando atrás uma sensação de querer mais e mais o corpo rijo maciço e roliço dentro dela o mesmo que ela sentia teso rolar de encontro ao ventre e nas virilhas e depois navegar por ela dentro sem pedir licença nem permissão pra entrar, primeiro roçando levemente os lábios, a boca e penetrando depois devagar na boca mal aberta inicialmente como depois por entre os lábios vaginais rubros de tanta esperar pelo prazer prometido por Emílio.
A imaginação de Emílio ficara aquém da real feminilidade daquela mulher que se dava a ele tal qual uma mansa gazela aos dentes da fera brava.
De tronco dobrado à mão gigante pela cintura com força muscular bruta ele sujeita o corpo dela de encontro ao seu como que gerando um outro na pressão sexual e símia de dois seres opostos e de origens diversas,
Arrasta-a pró meio do capim macio de cheiros a hortelã-pimenta e rosmaninho como se fosse a recompensa de onça,
Ela sente o órgão rijo mas macio de Emílio como se fizesse parte dela, preenchendo-a fundo
E de tal maneira que não queria que terminasse esta avassaladora viagem de auto-descoberta, essa tesão que desconhecia ter tão alerta dentro de si.
Também ele não queria deixar de habitar ou possuir o corpo belo da jovem, não queria mais sair de dentro dela, como se fosse pertença única e exclusiva de macho Alfa, despojo de guerra, nesse momento dá-se a explosão de ambos, tal pirotecnia quando vários jactos de esperma morna e o lascivo, dilacerante orgasmo deles que se conjugam num grito tal o de Ipiranga.
Libélulas pousam nos fenos e cigarras cantantes calam-se por custos instantes retomando a actividade enquanto repousam exaustos estes protagonistas súbitos dos prados
Deslumbra-se ele de novo perante o corpo cansado de menina adulta deitada ao seu lado na pick-up amarela cor de milho…negra seda,
Cíntia descobrira o natural poder de ser menina e mulher sob um céu em azul topázio e safira …

Joel Matos (07/2017)
http://joel-matos.blogspot.com

Submited by

Jueves, Febrero 8, 2018 - 12:28

Prosas :

Promedio: 5 (1 vote)

Joel

Imagen de Joel
Desconectado
Título: Membro
Last seen: Hace 5 semanas 3 días
Integró: 12/20/2009
Posts:
Points: 42009

Comentarios

Imagen de Joel

Seda negra.

Seda negra.

Imagen de Joel

Seda negra.

Seda negra.

Imagen de Joel

Seda negra.

Seda negra.

Imagen de Joel

Seda negra.

Seda negra.

Add comment

Inicie sesión para enviar comentarios

other contents of Joel

Tema Título Respuestas Lecturas Último envíoordenar por icono Idioma
Poesia/General Pra lá do crepúsculo 30 226 03/06/2024 - 12:12 Portuguese
Poesia/General Por onde passo não há s’trada. 30 277 02/18/2024 - 21:21 Portuguese
Poesia/General Sonhei-me sonhando, 17 312 02/12/2024 - 17:06 Portuguese
Ministério da Poesia/General A alegria que eu tinha 23 212 12/11/2023 - 21:29 Portuguese
Ministério da Poesia/General Notas de um velho nojento 7 241 12/06/2023 - 22:30 Portuguese
Ministério da Poesia/General (Creio apenas no que sinto) 17 137 12/02/2023 - 11:12 Portuguese
Ministério da Poesia/General Vamos falar de mapas 15 340 11/30/2023 - 12:20 Portuguese
Ministério da Poesia/General São como nossas as lágrimas 9 258 11/28/2023 - 12:11 Portuguese
Poesia/General Entrego-me a quem eu era, 28 354 11/28/2023 - 11:47 Portuguese
Ministério da Poesia/General O Homem é um animal “púbico” 11 223 11/26/2023 - 19:59 Portuguese
Ministério da Poesia/General A essência do uso é o abuso, 1 459 11/25/2023 - 12:02 Portuguese
Ministério da Poesia/General Insha’Allah 2 266 11/24/2023 - 13:43 Portuguese
Ministério da Poesia/General No meu espírito chove sempre, 12 252 11/24/2023 - 13:42 Portuguese
Ministério da Poesia/General Os destinos mil de mim mesmo. 21 274 11/24/2023 - 13:42 Portuguese
Poesia/General “Daqui-a-nada” 20 849 11/24/2023 - 12:17 Portuguese
Ministério da Poesia/General Cada passo que dou 0 376 11/24/2023 - 10:27 Portuguese
Ministério da Poesia/General Quem sou … 0 353 11/24/2023 - 10:26 Portuguese
Ministério da Poesia/General Ricardo Reis 0 86 11/24/2023 - 10:24 Portuguese
Ministério da Poesia/General A dança continua 0 226 11/24/2023 - 10:23 Portuguese
Ministério da Poesia/General A importância de estar … 0 173 11/24/2023 - 10:17 Portuguese
Ministério da Poesia/General Se eu fosse eu 0 119 11/24/2023 - 10:15 Portuguese
Ministério da Poesia/General Má Casta 0 268 11/24/2023 - 10:14 Portuguese
Ministério da Poesia/General Neruda Passáro 0 191 11/24/2023 - 10:12 Portuguese
Ministério da Poesia/General Pouco sei, pouco faço 0 139 11/24/2023 - 10:11 Portuguese
Ministério da Poesia/General Do que tenho dito … 0 285 11/24/2023 - 10:09 Portuguese