Uma Canção Para o Andarilho sem Sombra

A unificação do vazio vascularizado
Em minhas crenças empilhadas,
Derrama o medo irto-polarizado,
Nas verdades insolutas entalhadas,

Deste Histrionismo que congrego como vida,
Um labirinto hediondo e sem saída,
Constituído da mortalha antropomórfica,
Que funestamente declama a voz catastrófica,

Da minha razão turva, com rouquidão,
Entre a noite cortante e a ilusão,
Eu sigo apagando meus próprios sorrisos,
De lápide em lápide encontrando os mesmos avisos:

"Saibas, poeta, a serpente verte teu veneno vil,
Naqueles que descobrem a insalubridade do teu covil,
Pois, desnudar o sangue que abarrota teu esconderijo,
Não proporciona nada mais que um belo regozijo"

E assim sigo consumido pelo ostracismo,
Da paz sutil deste débil relativismo
Aos atos esquecidos em minha Golgotha...
Em meu caminho há apenas cadáveres em volta.

Submited by

Viernes, Marzo 12, 2010 - 03:31
Sin votos aún

malentacchi

Imagen de malentacchi
Desconectado
Título: Membro
Last seen: Hace 14 años 23 semanas
Integró: 06/22/2009
Posts:
Points: 704

Comentarios

Imagen de Henrique

Re: Uma Canção Para o Andarilho sem Sombra

"Saibas, poeta, a serpente verte teu veneno vil,
Naqueles que descobrem a insalubridade do teu covil,
Pois, desnudar o sangue que abarrota teu esconderijo,
Não proporciona nada mais que um belo regozijo"

A voz do silêncio!!!

:-)

Imagen de malentacchi

Re: Uma Canção Para o Andarilho sem Sombra

Olá Henrique!

Pois bem, é exatamente isso, a voz do silêncio, da angústia, daquilo que nós humanos faltantes não conseguimos simbolizar. A voz daquilo que não tem voz, mas que mesmo assim não hesita em nos fazer ser percebido, o silêncio fúnebre da existência incerta. Acho que esse é um dos temas mais recorrentes em minha "poesia".

Abraços,
Samuel Malentacchi

Add comment

Inicie sesión para enviar comentarios

other contents of malentacchi

Tema Título Respuestas Lecturas Último envíoordenar por icono Idioma
Poesia/Tristeza Lamúrias 0 2.075 03/21/2011 - 04:53 Portuguese
Poesia/Tristeza O Torniquete Atenuado 0 2.133 02/28/2011 - 02:25 Portuguese
Poesia/Tristeza Solve et Coagula 0 1.722 02/28/2011 - 02:22 Portuguese
Poesia/Tristeza Incompreensível (Como Tantos Outros) 2 1.898 01/26/2011 - 01:13 Portuguese
Poesia/Soneto O Aviltamento do Verso 0 1.941 01/26/2011 - 01:03 Portuguese
Poesia/Tristeza Quando os Espectros Machucam A Carne 0 2.101 01/26/2011 - 01:00 Portuguese
Poesia/Tristeza Primaveras Mortas 0 1.965 01/19/2011 - 02:22 Portuguese
Poesia/Tristeza Escrita Inferior 0 2.126 01/02/2011 - 20:59 Portuguese
Poesia/Tristeza Mais Uma Injúria Afásica Para Os Pronomes Em Primeira Pessoa 0 1.849 01/02/2011 - 20:56 Portuguese
Poesia/Tristeza Dificuldades Com o Verso Amaldiçoado 0 1.921 12/26/2010 - 20:57 Portuguese
Poesia/Tristeza Exi[s]t-ência 0 1.638 12/26/2010 - 20:55 Portuguese
Poesia/Tristeza Entre A Sociopatia E A Filosofia Dos Não Valores 0 2.428 12/22/2010 - 04:13 Portuguese
Poesia/Tristeza Uma Alegoria Para As Almas Desgraçadas 0 2.771 12/22/2010 - 04:05 Portuguese
Poesia/Tristeza Conclave Para Um Diálogo Entres Sombras 0 2.750 12/22/2010 - 04:00 Portuguese
Poesia/Tristeza Sobre a Perversidade e seus Hematoversos 0 2.287 12/21/2010 - 05:52 Portuguese
Poesia/Tristeza A Filosofia dos Túmulos 0 2.383 12/21/2010 - 05:50 Portuguese
Poesia/Tristeza Da Ínfima Procura 0 2.486 12/21/2010 - 05:49 Portuguese
Poesia/Tristeza A Exumação de Todas As Minhas Mortes 0 1.670 12/21/2010 - 05:48 Portuguese
Poesia/Tristeza Exurgent mortius at ad me venient (o morto se levante e venha a mim) 0 2.206 12/17/2010 - 05:23 Portuguese
Poesia/Tristeza Um Punhado de Versos Fúnebres Para Josef K. 0 2.303 12/17/2010 - 05:21 Portuguese
Poesia/Tristeza A Proeminência da Falha 0 1.765 12/17/2010 - 05:19 Portuguese
Poesia/Tristeza Ode à Tânatos 0 2.022 12/17/2010 - 05:16 Portuguese
Videos/Perfil 855 0 2.454 11/24/2010 - 23:04 Portuguese
Videos/Perfil 482 0 2.586 11/24/2010 - 22:58 Portuguese
Videos/Perfil 481 0 3.167 11/24/2010 - 22:58 Portuguese