Uma Canção Para o Andarilho sem Sombra
A unificação do vazio vascularizado
Em minhas crenças empilhadas,
Derrama o medo irto-polarizado,
Nas verdades insolutas entalhadas,
Deste Histrionismo que congrego como vida,
Um labirinto hediondo e sem saída,
Constituído da mortalha antropomórfica,
Que funestamente declama a voz catastrófica,
Da minha razão turva, com rouquidão,
Entre a noite cortante e a ilusão,
Eu sigo apagando meus próprios sorrisos,
De lápide em lápide encontrando os mesmos avisos:
"Saibas, poeta, a serpente verte teu veneno vil,
Naqueles que descobrem a insalubridade do teu covil,
Pois, desnudar o sangue que abarrota teu esconderijo,
Não proporciona nada mais que um belo regozijo"
E assim sigo consumido pelo ostracismo,
Da paz sutil deste débil relativismo
Aos atos esquecidos em minha Golgotha...
Em meu caminho há apenas cadáveres em volta.
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Re: Uma Canção Para o Andarilho sem Sombra
"Saibas, poeta, a serpente verte teu veneno vil,
Naqueles que descobrem a insalubridade do teu covil,
Pois, desnudar o sangue que abarrota teu esconderijo,
Não proporciona nada mais que um belo regozijo"
A voz do silêncio!!!
:-)
Re: Uma Canção Para o Andarilho sem Sombra
Olá Henrique!
Pois bem, é exatamente isso, a voz do silêncio, da angústia, daquilo que nós humanos faltantes não conseguimos simbolizar. A voz daquilo que não tem voz, mas que mesmo assim não hesita em nos fazer ser percebido, o silêncio fúnebre da existência incerta. Acho que esse é um dos temas mais recorrentes em minha "poesia".
Abraços,
Samuel Malentacchi