MADRESSILVAS

Flores
são pedras roubadas
ao acto de amar num jardim
de poemas em branco.

Beijos são chicotes.

Olhares
são mantos vazios,
prantos de amor num corpo por preencher
qual lepra fosse o nome da paixão.

Carícias são ventos.

Palavras
são grãos de areia
atirada aos olhos qual pó dançasse
num suspiro carente.

Abraços são saudade.

Promessas
são pântanos à sombra
de um mar vazado nas veias
de uma cicatriz nocturna.

Mãos são adeus.

Sonhos
são estátuas de dor
em lágrimas gélidas
que enjoam o rosto com fel.

Corações são pianos silenciosos.

Estrelas
são prostitutas
de um chão escorregadio de ruas sem sol.

Luares são madressilvas.

Músicas
são poços cujo seu fundo
é um grito de ais feridos.

Musas são túmulos de desejo.

Lábios
são passerelles inóspitas
por onde desfilam penumbrosas lembranças.

Esperanças são veneno.

Vozes
são pontes
entre os ouvidos da multidão
que deambula num espelho sem reflexo.

Solidão é pardacenta.

Ecos
são cruzes de sentimento
crucificado ao pensamento
qual carrasco se apaixonasse pela morte.

Amor são desfiladeiros idiossincrásicos.
 

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Viernes, Diciembre 31, 2010 - 19:23

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Henrique

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Comentarios

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Um poema Maravilhoso

Um poema Maravilhoso !!!!

Beijo

Susan

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Todos eles bem descritos, com

Todos eles bem descritos, com muita sensibilidade e saber.

Gostei imenso de ler.

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