SOMA DO MAL

Purifico a poesia
com que esfolo a sebenta decapitada
no martírio do meu peito enjaulado em ses.

Quebro o aço do preconceito
qual Leão ferido no berço do tempo despido às marés
do mar revolto onde a vida é tortura de insatisfações sociopatas.

Oxigeno a mente
com bocejos de demónio desnaturado
que chora no sono dos meus olhos teorias depravadas.

Enfrento sozinho
frustrações de caminhos frios
em nome de um fruto de luz que desabrocha em mim
Primavera de flores assarapantadas.

Esfaqueio-me com trupes de enganos
num vale tudo cujo quase tudo é imperdoável.

Abandono a alma
nos meandros de um sussurro em nevoeiro denso
que me faz olhar de perto o quanto sou pequenino.

Entre cores de nada
estrondam em mim compêndios imortais
em torno do deserto em que me leio corpo definhado saudade.

Sou o barulho da palavra hoje
no cartaz do destino que mal trato bicho do verbo amar.

O amor trucida-me sol de paixão que soma todo o mal no Eu final.
 

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Miércoles, Febrero 16, 2011 - 01:40

Poesia :

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Henrique

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