Não posso adiar por mais tempo o meu grito.


Deixem-me gritar.
Deixem-me estas amarras romper.
Não me roubem o meu grito
nem a possibilidade de gritar
e dizer.

Não posso adiar por mais tempo este grito.
Adiá-lo para outro século que não este
era roubar a mim mesmo
a possibilidade de viver.

Não adio mais o meu grito.
Como não adio também o amor.
Como não adiei também
- quando a perdi -
a vontade de chorar por minha mãe.

Deixem-me chorar.
Porque muitas vezes o meu choro
é a minha forma mais pura e mais nobre
de gritar.


Já não adio mais a vontade reprimida e solitária.
Por mares e desertos longínquos
e distantes
farei o meu grito de revolta
ecoar.

(...)

Não posso adiar por mais tempo o meu grito.
Não posso!
Não me amordacem
que eu não me deixo por ninguém amordaçar.
Deixem-me só mas com a minha liberdade…
Não me impeçam de gritar.

Submited by

Jueves, Marzo 24, 2011 - 12:10

Poesia :

Sin votos aún

AlvaroGiesta

Imagen de AlvaroGiesta
Desconectado
Título: Moderador Consagrados
Last seen: Hace 12 años 29 semanas
Integró: 12/28/2009
Posts:
Points: 305

Add comment

Inicie sesión para enviar comentarios

other contents of AlvaroGiesta

Tema Título Respuestas Lecturas Último envíoordenar por icono Idioma
Poesia/General Tantas frases por dizer... 1 2.297 09/12/2011 - 21:41 Portuguese
Poesia/General As loucuras na senda da luz 0 1.391 09/12/2011 - 07:24 Portuguese
Poesia/Intervención É preciso mudar 0 1.439 07/24/2011 - 22:03 Portuguese
Poesia/Meditación FENDE A NOITE O VASTO LUAR 0 1.647 06/06/2011 - 13:24 Portuguese
Poesia/Meditación o céu é longe, aqui (1) 0 1.692 06/03/2011 - 12:37 Portuguese
Ministério da Poesia/Meditación 30. No fundo do tempo a minha alma vazia… 0 1.384 05/13/2011 - 13:31 Portuguese
Ministério da Poesia/Meditación 29. Depois que a névoa cai sobre a terra… 0 1.740 05/13/2011 - 13:30 Portuguese
Ministério da Poesia/Meditación 28. Sóis oblíquos 0 1.414 05/13/2011 - 13:28 Portuguese
Ministério da Poesia/Meditación 27. Paredes meias habito com o sonho que cresce… 0 1.359 05/13/2011 - 13:27 Portuguese
Ministério da Poesia/Meditación 26. Ficaram apenas as memórias 0 1.719 05/13/2011 - 13:26 Portuguese
Ministério da Poesia/Meditación 25. Últimos resíduos da memória 0 1.820 05/13/2011 - 13:23 Portuguese
Ministério da Poesia/Meditación 24. Nos umbrais da noite, o homem… 0 1.537 05/13/2011 - 13:22 Portuguese
Ministério da Poesia/Meditación 23. Nos umbrais da noite, o sonho 0 1.947 05/13/2011 - 13:20 Portuguese
Poesia/Meditación Há dias assim 0 1.288 05/12/2011 - 11:38 Portuguese
Ministério da Poesia/Meditación 22. Ah! “se um dia a juventude voltasse…” 0 1.410 05/12/2011 - 11:03 Portuguese
Ministério da Poesia/Meditación 21. Atropela-se o amanhecer… 0 1.287 05/12/2011 - 11:00 Portuguese
Ministério da Poesia/Meditación 20. Deito-me nesta cama de espinhos... 0 1.340 05/12/2011 - 10:58 Portuguese
Ministério da Poesia/Meditación 19. Multiplicam-se os suplícios… 0 1.301 05/12/2011 - 10:55 Portuguese
Ministério da Poesia/Meditación 18. Onde o mar ladra furiosamente, a vida 0 1.354 05/12/2011 - 10:25 Portuguese
Ministério da Poesia/Meditación 17. Onde as areias da praia se esquecem do mar… 0 1.696 05/10/2011 - 09:57 Portuguese
Ministério da Poesia/Meditación 16. O absurdo “nada” 0 1.337 05/10/2011 - 09:56 Portuguese
Ministério da Poesia/Meditación 15. As silhuetas diluem-se… 0 1.447 05/10/2011 - 09:56 Portuguese
Ministério da Poesia/Meditación 14. Irados os sentidos… 0 1.482 05/10/2011 - 09:54 Portuguese
Ministério da Poesia/Meditación 13. O dia em que a noite ficou mais escura ainda… 0 2.027 05/10/2011 - 09:53 Portuguese
Ministério da Poesia/Meditación 12. Um lugar de luz e espuma 0 1.650 05/08/2011 - 23:16 Portuguese