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PERFEIÇÃO COMO ESPERMA ESTÉRIL


Ais que procuram senão escapar-se.

Perderem-se na folhagem
de um travesseiro onde o sono
é um farrapo quando a raiz é cortada.

Dessa árvore
a quem os poetas chamam amor.

Essa terra já gasta pelo seio da multidão.

Ais como cidade da razão de ser. Silêncio
de quem pensa como lavoura dos sentimentos.

Velocidades que vendem braços.

Gares de quem espera os anjos
como pequenas feras de garras afiadas.

De asas roídas pelo longe que o passo não desfia.

Muros de quem se faz deserto,
geómetra das mãos para apoderar-se da sua pressa.

Engrenagens de fogo e água
em choro sobre as rodas do fôlego eterno.

A morte em laço
que o infinito desata. Ais que obstam ais.

O meio-dia inclinado
sobre o pão da tarde que alimenta o sol-pôr.

A meia-noite fétida, pedra
cuja forma tomba em ladrilhos cósmicos.

A carne como ponta
da língua que não sabe o diz.

Perfeição como esperma estéril.

Olhos como perucas às cambalhotas em papel inóspito.

No fim,
esses ais serão voz que resta num buraco.

Como barco que nos levará pelos mares do céu.

Essa caixa onde voamos deitados
num caixão a quem chamamos de vida.

 

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sábado, julho 23, 2011 - 14:46

Poesia :

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Henrique

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Comentários

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Perfeição como Esperma Estéril

Árvore fonte de vida...

Madeira de alimento ao fogo (do amor)...

"Caixa" ( de madeira ) onde partimos desta vida ou para outra vida?

Título: antagónico, tal como a essência do conteúdo...

Mais um poema pleno das tuas singularidades...

Bjo :)

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