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SEM AMOR NADA MAIS IMPORTA

Corpos
tornam-se jardim seco,
deserto cuja aridez é tempestade
de areia movediça em cama inexpressiva.

Lençóis são cactos,
almofadas desadorno.

Pensar
torna-se vassoura
que varre a barca do tempo cujo tic-tac
é insónia de remos sem timoneiro noite dentro.

Hora são pulgas,
esperas asas acorrentadas
a âncoras fantasma num pêndulo.

Mãos
tornam-se negro e oscilante
abismo cuja celsitude remoça
pedradas ao peito sem gravitação.

Força é névoa,
destino pântano de ses.

Dedos
tornam-se sede
apontando toques a estátuas
que a escuridão esculpe carpido
vaticino cuja rima é o funeral do sorriso.

Sentir é cara feia,
o querer piano sem teclas.

Olhos
tornam-se mar perpasso
cuja profundidade de outrora
está pendente numa lágrima de fora.

Olhar é cegueira,
ser visto fogueira de adeus.

Lábios
tornam-se brasas
entorpecidas no cume do beijo
cujo lúmen é fogo triste na voz.

Palavras são falas sem-abrigo,
poesia penitência de boca calada.

Pernas
tornam-se medos
às distâncias ausentes do calendário aos pés.

Andar é pó,
caminhos fissuras
que chagam o ser com silêncio.
 

Submited by

domingo, janeiro 9, 2011 - 23:02

Poesia :

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Henrique

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Comentários

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Os corpos sem amor vagueam

Os corpos sem amor vagueam por entre desertos imensos ....

Um poema muito forte !!!!

beijos

Susan

imagem de Alcantra

Fortes expressões de imagens

Fortes expressões de imagens e sentidos.

 

Alcantra

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