CONCURSOS:
Edite o seu Livro! A corpos editora edita todos os géneros literários. Clique aqui.
Quer editar o seu livro de Poesia? Clique aqui.
Procuram-se modelos para as nossas capas! Clique aqui.
Procuram-se atores e atrizes! Clique aqui.
SEM ONDE NEM QUANDO
Temo o poder
da linguagem que amesquinha
o meu ser qualquer coisa senão morro.
Sou corpo amarrado
num sono desnorteado
ao colo de uma insónia intensa,
transformando-me desconhecido
como os mistérios por desmascarar
nas profundezas do oceano por explorar.
Sinto-me eclipse
nas palavras escritas na luz jusante
do meu caminho de sombras agrestes,
aliadas à agonia do meu sorriso perdido
numa ilha qualquer nas minhas visões insanas.
Arrasto-me fantasma
pelos pântanos de um anel de medo
no pânico do meu olhar enforcado nas vozes
dos meus Anjos da guarda salvos pelo meu choro.
Estrangulo o ar que respiro
vezes sem conta a contas com a solidão
no silêncio das bestas que profanam a sepultura
sem onde nem quando no meu cérebro paranóico.
Fecho os olhos
como quem salta de um abismo
neste escuro que me toca a alma de vazio
matando a cor dos corais que restam neste tormento.
Sou filho do tempo
delirando ao vento como um rochedo
desprezado à beira-mar para receber o infatigável
esmurraçar das ondas vivas nesta face esculpida de dor.
Estendo-me
num lençol de lágrimas,
seco meu sangue até que sucumba a tristeza
que estruma o meu solo e me lava do suor de ódio
que me suja a fé à mercê de uma mão que pede perdão.
Este seria o meu último poema
se o meu lema fosse morrer já neste deserto
de cactos que se lamentam na minha ferida do passado.
Submited by
Poesia :
- Se logue para poder enviar comentários
- 1031 leituras
Add comment
other contents of Henrique
Tópico | Título | Respostas | Views |
Last Post![]() |
Língua | |
---|---|---|---|---|---|---|
Poesia/Pensamentos | DA POESIA | 1 | 10.340 | 05/26/2020 - 23:50 | Português | |
![]() |
Videos/Outros | Já viram o Pedro abrunhosa sem óculos? Pois ora aqui o têm. | 1 | 54.425 | 06/11/2019 - 09:39 | Português |
Poesia/Tristeza | TEUS OLHOS SÃO NADA | 1 | 10.160 | 03/06/2018 - 21:51 | Português | |
Poesia/Pensamentos | ONDE O INFINITO SEJA O PRINCÍPIO | 4 | 12.573 | 02/28/2018 - 17:42 | Português | |
Poesia/Pensamentos | APALPOS INTERMITENTES | 0 | 10.872 | 02/10/2015 - 22:50 | Português | |
Poesia/Aforismo | AQUILO QUE O JUÍZO É | 0 | 12.808 | 02/03/2015 - 20:08 | Português | |
Poesia/Pensamentos | ISENTO DE AMAR | 0 | 9.997 | 02/02/2015 - 21:08 | Português | |
Poesia/Amor | LUME MAIS DO QUE ACESO | 0 | 11.373 | 02/01/2015 - 22:51 | Português | |
Poesia/Pensamentos | PELO TEMPO | 0 | 9.139 | 01/31/2015 - 21:34 | Português | |
Poesia/Pensamentos | DO AMOR | 0 | 8.842 | 01/30/2015 - 21:48 | Português | |
Poesia/Pensamentos | DO SENTIMENTO | 0 | 9.040 | 01/29/2015 - 22:55 | Português | |
Poesia/Pensamentos | DO PENSAMENTO | 0 | 11.483 | 01/29/2015 - 19:53 | Português | |
Poesia/Pensamentos | DO SONHO | 0 | 8.450 | 01/29/2015 - 01:04 | Português | |
Poesia/Pensamentos | DO SILÊNCIO | 0 | 9.131 | 01/29/2015 - 00:36 | Português | |
Poesia/Pensamentos | DA CALMA | 0 | 10.105 | 01/28/2015 - 21:27 | Português | |
Poesia/Pensamentos | REPASTO DE ESQUECIMENTO | 0 | 7.265 | 01/27/2015 - 22:48 | Português | |
Poesia/Pensamentos | MORRER QUE POR DENTRO DA PELE VIVE | 0 | 11.664 | 01/27/2015 - 16:59 | Português | |
Poesia/Aforismo | NENHUMA MULTIDÃO O SERÁ | 0 | 8.881 | 01/26/2015 - 20:44 | Português | |
Poesia/Pensamentos | SILENCIOSA SOMBRA DE SOLIDÃO | 0 | 9.932 | 01/25/2015 - 22:36 | Português | |
Poesia/Pensamentos | MIGALHAS DE SAUDADE | 0 | 9.979 | 01/22/2015 - 22:32 | Português | |
Poesia/Pensamentos | ONDE O AMOR SEMEIA E COLHE A SOLIDÃO | 0 | 8.205 | 01/21/2015 - 18:00 | Português | |
Poesia/Pensamentos | PALAVRAS À LUPA | 0 | 7.819 | 01/20/2015 - 19:38 | Português | |
Poesia/Pensamentos | MADRESSILVA | 0 | 7.320 | 01/19/2015 - 21:07 | Português | |
Poesia/Pensamentos | NA SOLIDÃO | 0 | 10.718 | 01/17/2015 - 23:32 | Português | |
Poesia/Pensamentos | LÁPIS DE SER | 0 | 10.758 | 01/16/2015 - 20:47 | Português |
Comentários
Re: SEM ONDE NEM QUANDO
Intenso, sufocante, derradeiro
Uma ferida do tempo, sem onde nem quando que cicatrize
Poderoso
Abraço
Re: SEM ONDE NEM QUANDO
Cheguei ao fim deste poema sem fôlego...inspirado e sublime numa força que marca a leitura...
Brilhante
Beijos
Re: SEM ONDE NEM QUANDO
Parabéns pelo belo poema.
Gostei.
Um abraço,
REF
Re: SEM ONDE NEM QUANDO
Poema contundente, tristeza profunda, um belo traçado.
Parabens.
Re: SEM ONDE NEM QUANDO
LINDÍSSIMO POEMA, GOSTEI MUITO!
CHEGUEI ATÉ A TEMER, MAS QUANDO CHEGUEI A FIM FIQUEI FELIZ COM SUA DECISÃO!
Este seria o meu último poema
se o meu lema fosse morrer já neste deserto
de cactos que se lamentam na minha ferida do passado.
Meus parabéns,
MarneDulinski
Re: SEM ONDE NEM QUANDO
DESTACO:
"Estendo-me
num lençol de lágrimas,
seco meu sangue até que sucumba a tristeza
que estruma o meu solo e me lava do suor de ódio
que me suja a fé à mercê de uma mão que pede perdão."
PROFUNDO
MT BOM
:-)
Re: SEM ONDE NEM QUANDO
Henrique,
Noite, insônia, passado, tormenta...um coquetel e tanto!! Ainda bem que é um poema onde expressas de forma metafórica toda esta agonia em tristeza sentida. Mas, que não seja o último, pois tua poesia não poderia morrer e do passado só nos resta aprender!
abraço