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SEM VOLTA


Este vento que me beija
junto ao mar em sopro e toque.

É um ser ao qual
me faço pertencer para me pensar.

Para me ser profundo.
Ser eu o meu uivo na lua que me sou.

As falas que este vento me diz
enfurecidamente em gaivota e maré.

São conversas a dois.
Comigo e comigo a sós connosco.

Deixo-me ir pela volúpia
com que me convida com vastidão. Com vida.

Vou por esse sopro adentro
como quem de propósito se perde.

Como quem se esquecesse
do corpo num qualquer lugar. Sem volta.

De lá de tão longe, a linha
do horizonte faz curva nos meus olhos. Em sorriso.

É uma linha torta que me endireita. Em arco-íris.

A distância que de lá
de tão longe a mim chega, estende-se
até a mim como que uma mão aberta. Em ponte.

Uma mão quente, como se fosse
uma fogueira ateada por lenhas infindas. Pensadas.

As ondas são crianças
que me acenam, como se me chamassem
para as suas brincadeiras com o ar e com o sol.

Pairo o olhar sobre as ondas,
reparo como elas fazem fila para chegarem à praia
em mergulho contente. Em urros à minha presença.

As areias colam-se aos meus pés,
simpáticas como quem faz um novo amigo.

Como quem procura
um abrigo sobre a chuva insípida da solidão.

Elas roçam-se
nos meus pés como quem roga
pelos meus passos no seu caminho. Em afago.

 

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terça-feira, junho 14, 2011 - 21:40

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Henrique

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