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SOCORROS SEM NOME EM GARGANTAS DEGOLADAS A MEDO


Ecos são arrecadações
de diálogos arrumados em silêncio.

Estantes desarrumadas em grito
qual guilhotina baralhasse os dedos pelo chão.

Diálogos que a boca
não foi capaz pintar voz fora.

Eco de um ónus
saliente no olhar ausente de paz.

Ónus de sentires calados,
gargarejando socorros sem nome
em gargantas degoladas a medo.

Medos cujo espectro
é de anjos a quem as asas
foram queimadas de arrependimento.

Ónus de ser
que através dos olhos
iram tempestades na aba da voz
que ensombra os passos.

Uma voz sem solo onde semear
as sementes trazidas pelo vento.

Um vento de esperança,
soprado utopia nos calcanhares do dia.

Vento de bonança
qual sono de uma criança
nos acordasse para a vida.

As sementes são de amor
que do silêncio apenas conhecem o pântano.

Sementes de amanhãs
que da noite apenas sabem o choro das estrelas
cujo brilho nunca entranhou nossa alma.

Vão-se os ecos
em lábios trémulos cuja idade
fica refém de cenários de águas-furtadas
nos tambores do corpo que alarmam a alma.

Cenários de tempo escoado,
ecoado em olhos que correm
para dentro de si próprios.

O eco depois de solto
é uma travagem brusca
onde o corpo é juízo que nos insulta
com verdades recusadas.

Verdades que são rugas,
rios cujas pedras já não estorvam.

Pedras atiradas à voz
que nos absolve com cantigas
acorrentadas à luz.

Uma luz
qual naifa psicológica nos castiga
a mente com o conhecimento de nós próprios.

E o eco
volta à sua fonte
mas não volta sozinho,
traz consigo as bofetadas
que nos evitamos esbofetear
no nosso ninho de gente.
 

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segunda-feira, janeiro 3, 2011 - 23:30

Poesia :

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Henrique

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