AQUELE ERA O TEMPO

Aquele era o tempo, em que o amor era uma bola, chutada pelas botas de meninos escola.
Recordo o traço no chão, desenhado no movimento do ferro, do bico de um pião.
Aquele era o tempo, em que a terra molhada, tinha cheiro de estrada e o vento soprava como bussola encantada. Aquele era o tempo, em que o tempo parava, em que os sonhos cresciam e mais nada importava. Corria-se livre, nas palavras mais simples, da amizade nascida cá dentro e não no momento. Nos montes de terra, construia castelos, num tempo sem horas, em horas sem tempo, num relógio travado, pelo grito estridente de criança... não de gente.
Aquele era o tempo, de sonhos tornados leis, amigos coroados reis de um mundo encantado, que guardo no peito.
Neste tempo em que o tempo não pára, recordo aquele tempo... em que a vida era um tiro, num jogo de cowboy's e indios coloridos de carvão, em que o sonho estava à distancia da mão. Aquele era o tempo sem tempo para chorar, o sonho crescia a cada segundo e a tristeza era guardada num baú sem fundo. Este é o tempo, que não volta para tras, de um relógio que é cavalo de corrida e galopa pesado para a meta da vida.
E no fundo so era diferente porque aquele era o tempo em que não te conhecia.....