Amor Cigano

Amor cigano este,
Que me arrasta por mares e tempestades,
Como se fosse uma peste,
Alheio a tudo e todos e que me sujeita às suas vontades.

Que me viola a privacidade,
Que me arrasta na sua caravana,
E me passeia, cativa dele, cheio de vaidade,
Como se eu fosse, também eu, uma cigana.

Amor cigano este meu,
Que se não fosse ele, meu coração era mais tranquilo,
Pois, até o coração, ele tomou como seu,
E, fez dele logo seu pupilo.

Amarrotou e embrulhou o meu coração,
Como se fosse uma trouxa de viagem,
Para o levar consigo, numa mala de mão,
De poiso em poiso, de paragem em paragem.
 

À mercê dele vivo e respiro,
Do meu amor cigano,
Nem sempre o tenho ao meu lado, quando preciso,
Mas ao menos, quando o tenho, não é por engano.

Amor cigano este é e será,
Que me põe de quatro e que me faz mover montanhas e vales,
Que a vida agora me dera,
Que seja este meu amor cigano, o único dos meus males…