Soltando o espartilho da alma
Presa em espartilho de sedas,
a alma se soltava em sonhos
desatando, paciente, as amarras
que desencatava em todos os portos,
de navios, barcos, barcaças
que assim soltos,
beijavam todos os seres
abrigados nas suas carcaças.
A cadência das marés
era o canto das sereias.
O berço aconchegante de sorrisos.
O baile de ritmos ondulantes.
O sono de pesadelos despido.
Nos barcos de recreio
amava-se sem receio.
Corpos colados em suspiro
de despudor despido.
A alma viajante intemporal
Assistia, deslumbrada,
aos afetos sentidos
reencontrados, em amor carnal.
De olhar enevoado
por lágrimas salgadas
que doces ondas soltavam,
a alma suspirava…
Envolveu-se nos seus laços,
tiras de fino linho.
Esgueirou-se de mansinho
adormeceu nos abraços
dos amores presenciados…
E estes iluminados
sentiram-se abençoados.
OF 22-07-2011
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Comments
Solta-se a alma para
Solta-se a alma para a ancorar em afetos
diversos.
Um baile na cadência dos sentidos.
Em barcos de recreio
consuma-se o amor
em plenitude.
Só sei dizer que, no verso, soltaste amarras.
PARABÉNS amiga Odete.
.
P/Teresa Almeida (Soltando...)
Obg, querida amiga Teresa: soltei, pois...Quem não tem cão caça com gato...
Eu não tenho um barco de recreio, então o poema foi a minha "vingança"
Brinquei, mas agora, seriamente te direi que gosto sempre da tua presença aqui!!!
Um
no
SOLTANDO O ESPARTILHO DA ALMA
"Adormeceu nos braços
dos amores presenceados...
E estes iluminados
sentiram-se abençoados."
LINDO...!
Parabéns!
beijo da sua, desde já, amiga:
Isabella
P/ISABELLA-M_REGO (Soltando o espartilho da alma)
Obg, amiga Isabella, por teres apreciado este singelo poema.
Optei por usar o "tu" como tratamento, pois a dada altura respondia à mesma pessoa ora de uma maneira ora de outra. Problema meu, claro. Espero que não te importes. Aqui o que conta são os escritos...
Bjo
Soltando o espartilho da Alma
...Simplesmente.... gosto,gosto muito....!
P/ José Maldonado (Soltando o espartilho da alma)
Simplesmente, fiquei contente por teres gostado!!!
Bjo, amigo José Maldonado
Este poema lembra-me as
Este poema lembra-me as estórias contadas por marinheiros com uma namorada em cada porto de embarque/desembarque. Vidas duplas, triplas, etc...Mas vidas reais, com os espartilhos da alma soltos ao sabor do vento e com sabor a sal.
P/Nostalgia (Soltando as amarras da alma)
Amiga Nostalgia: ainda sorrio ao responder ao teu comentário. Não me tinha ocorrido, mas é precisamento na polissemia dos sentidos
que o encanto literário se sustenta e se auto-alimenta...
Obg pela tua presença,
Bjo
Parabéns!
Olá querida Odete, muito bonito teu poema, asa livre no azul dos azuis
Beijinhos
Jorge Humberto
P/Jorge Humberto (Soltando o espartilho da alma)
Amigo Jorge Humberto: muito grata pela tua presença e apreciação a este escrito.
Liberdade acima de tudo, no colorido dos elementos ou no acinzentado dos momentos!
Bjo